Provavelmente, seu sonho, como líder, é ter uma equipe capaz e apaixonada pela
obra e por Deus. Uma equipe visionária e eficiente. Parece utopia, mas não é.
Jesus teve uma equipe cheia de falhas, formada por pecadores como nós, mas que
foi amplamente vencedora. Para termos uma equipe semelhante, precisamos aprender
e conhecer os passos de Jesus ao selecionar o seu “time”. Seguem seis princípios
de sua liderança
1. Jesus identificou o perfil de seus
comandados
“Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens” (Mc
1.17).
Jesus buscava ajudadores que tivessem duas características: paixão
e competência. As perguntas fundamentais na escolha de uma equipe são: “Onde
está o seu coração?” e “Qual é a sua competência?”. Entendo por “competência” o
conjunto de habilidades, unção, conhecimento e experiência. Já a “paixão” ou
“coração”, é o caráter, a intenção, o compromisso e os valores pessoais.
Nas igrejas, há aqueles que são apaixonados por um ministério, mas não
demonstram competência para atuar nele. Como exemplo, existem aqueles que se
sentem plenamente realizados atuando no louvor, mas basta ouvi-los cantar para
saber que não têm vocação para o canto fora das quatro paredes do seu banheiro.
Em alguns casos, um pouco de técnica resolve. Em outros, não.
Há, ainda,
o crente competente para cantar, mas que não coloca o coração nisso. Assim, o
conhecimento é quase inútil, a dedicação se torna obsoleta e os frutos do
ministério, escassos. O melhor é tentar atrair o coração dessa pessoa, mas sem
autoritarismo. Isso precisa ser obra do Espírito Santo e não de homens. Caso
essa atração não ocorra, cabe ao líder planejar uma substituição. Nem sempre o
conhecimento basta.
Por fim, há aqueles que atuam em área onde são
incompetentes e não têm nela o seu coração. Geralmente, estão lá por
determinação de alguém que o “empurra”, na melhor das intenções. Aí só há uma
saída: retire-o de lá com urgência. Não receie abrir lacunas. Ore e Deus
proverá.
2. Jesus selecionou alguns
“Naqueles dias,
retirou-se para o monte, a fim de orar, e passou a noite orando a Deus. E,
quando amanheceu, chamou a si os seus discípulos e escolheu doze dentre eles...”
(Lc 6.12,13).
Não vemos outra forma de alcançarmos um ministério
bem-sucedido a não ser pela busca incessante da direção do Pai. Jesus orou antes
de formar sua equipe. Um princípio básico, simples e eficiente. Jesus se dedicou
pessoalmente ao processo de escolha e foi pró-ativo nessa seleção. Conviveu com
seus discípulos, caminhou com eles, conheceu seus anseios.
Um ponto
interessante na atitude de Jesus é que Ele escolheu justamente aqueles que
tinham uma ocupação. Acreditamos que é melhor liderar pessoas engajadas em
determinado trabalho — ou que pelo menos já o foram — do que liderar pessoas
desocupadas. Pessoas trabalhadoras se encaixam melhor no perfil de uma equipe
ideal. Estar ocupado significa se envolver naquilo a que se propõe. Ou seja,
dedicar o coração, a alma e a vida.
3. Jesus capacitou os
escolhidos
Não há como falar sobre o processo de escolha dos
discípulos sem fazer alusão à frase “Deus não escolhe os capacitados, mas
capacita os escolhidos”. No reino de Deus, capacitação é primordial. “Então,
começou a ensinar seus discípulos”. É o que narra Marcos quando fala sobre essa
relação de ensino entre Jesus e sua equipe. O próprio Espírito Santo foi enviado
com a tarefa de nos “ensinar todas as coisas”.
A capacitação é o ato
intencional de fornecer meios para proporcionar uma aprendizagem que,
invariavelmente, representa mudança no comportamento humano. E essa mudança
decorre dos novos conhecimentos, do desenvolvimento das habilidades, da
lapidação das atitudes e da formação de conceitos.
Treinar um membro da
equipe pode ser trabalhoso, mas é fundamental para que o ministério não se
perca. Quando a igreja tem membros bem treinados, ela se desenvolve melhor. E a
recíproca é verdadeira. Igrejas maduras, bem desenvolvidas, valorizam a
capacitação.
4. Jesus deu o direcionamento
Jesus também
orientou como os setenta deveriam agir (Lc 10.1). Falou desde o que deveriam
levar até como deveriam se comportar. A missão era clara e bem definida. Jesus
enxergou o objetivo, montou a equipe, comunicou, instruiu e encorajou os
envolvidos. Tudo isso para que considerassem a importância da missão para a qual
estavam sendo escolhidos.
Assim como Jesus, o líder precisa orientar sua
equipe e conduzi-la à visão que Deus lhe deu. É função do líder direcionar a
obra, isto é, definir metas em cada etapa, o papel de cada um no processo e
acompanhar todo o andamento da missão, não deixando que as coisas ocorram ao
“acaso” ou no improviso.
5. Jesus avaliou o trabalho
O
feedback, ou a reação dos envolvidos nos processos — locutores, interlocutores e
receptadores — é fundamental para o sucesso. Sem avaliar os resultados de cada
etapa, corre-se o risco de desperdiçar informações importantes para as próximas
execuções. Em pelo menos duas ocasiões, Jesus reagiu ao comportamento dos
discípulos e deixou claro uma opinião sobre os fatos. Vejamos:
• “Roguei
a teus discípulos que o expelissem, mas eles não puderam. Respondeu Jesus: Ó
geração incrédula e perversa! Até quando estarei convosco e vos sofrerei? Traze
o teu filho” (Lc 9.40,41).
• “Então, regressaram os setenta, possuídos de
alegria, dizendo: Senhor, os próprios demônios se nos submetem pelo teu nome!
[...] Naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo e exclamou: Graças te dou, ó
Pai [...] E, voltando-se para os seus discípulos, disse-lhes particularmente:
Bem-aventurados os olhos que vêem as coisas que vós vedes” (Lc 10.17,
24).
Esses dois momentos se referem ao mesmo assunto: expulsão de
demônios. Em um caso, Jesus repreendeu os discípulos por não terem conseguido
expulsar, no outro, eles se surpreenderam pelo fato de os demônios se
submeterem.
Um dos objetivos de avaliar a equipe é descobrir onde é
preciso concentrar nossos ensinamentos. A avaliação é um meio, não um fim. Deve
ser relativa ao objetivo desejado, mas observa também as habilidades e as
atitudes em evidência no grupo. Avaliar é essencial tanto para reforçar o que é
positivo como para punir o que é negativo, resultando em ajustes. Perceba que
Jesus em um momento reprovou, mas no outro, aprovou o comportamento da equipe —
o que evidencia sua capacidade de olhar qualidades e defeitos com a mesma
intensidade.
6. Jesus incentivou sua equipe
“Ninguém há que
tenha deixado casa, ou mulher, ou irmãos, ou pais, ou filhos, por causa do reino
de Deus, que não receba, no presente, muitas vezes mais e, no mundo por vir, a
vida eterna” (Lc 18.29,30).
O maior incentivo de quem serve deve ser
agradar o Senhor. Não há alegria maior para um servo do que sentir que Deus está
feliz com suas atitudes e trabalho. Por isso, creio que o maior incentivo de
quem serve é que se permita que ele sirva mais.
Incentivar a equipe é
estar atento à satisfação de todas essas diferentes necessidades das pessoas.
Uma organização ou agrupamento não deve pretender suprir todas as necessidades
de alguém, mas deve ser sensível para conhecer o estágio em que cada um se
encontra e procurar fazer o melhor para ajudar cada pessoa em seu momento de
vida.
Estes seis princípios observados na vida de Jesus, durante a
formação de sua equipe, podem e devem ser perseguidos pelos líderes. Imitar
Jesus abrange todos os aspectos de seu caráter perfeito e seu procedimento
exemplar. Nele não havia pecado, por isso, tudo o que pudermos observar é digno
de ser imitado. Devemos sempre aprender com o nosso Mestre!
Por Rodolfo Montosa.
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