quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Davi, Paulo e Cristo e as Afeições Santas – Jonathan Edwards

A religião dos santos mais notáveis nas Escrituras era de emoções. Vou dar destaque especial a três grandes santos, e a seu Mestre, para mostrar a verdade sobre essa afirmação.

Primeiro, consideremos o rei Davi, aquele homem segundo o coração de Deus, que nos deixou um retrato vivo de sua religião nos Salmos. Esses cânticos sagrados não são outra coisa senão o derramar de emoções santas e piedosas. Neles vemos um amor humilde e fervoroso a Deus, admiração por Sua perfeição gloriosa e feitos maravilhosos, desejos e sede da alma para com Ele. Encontramos alegria e felicidade em Deus, uma gratidão doce e comovente por Sua grande bondade, e um regozijo santo pelo Seu favor, suficiência e fidelidade. Vemos amor para com o povo de Deus e encanto nele, grande deleite na Palavra de Deus e suas ordenanças, tristeza pelos pecados do próprio Davi e de outros, e zelo fervoroso por Deus - como também contra os inimigos de Deus.

Essas expressões de emoção santa nos salmos são especialmente relevantes para nós. Os Salmos não exprimem somente a religião de um santo da estatura do rei Davi, mas o Espírito Santo também os inspirou para que os crentes os cantassem em culto público, no tempo de Davi e para sempre.

Consideremos, a seguir, o apóstolo Paulo. Pelo que as Escrituras dizem dele, parece ter sido um homem de vida emocional altamente desenvolvida, especialmente no que tange ao amor, o que se torna claro em suas cartas. Um amor ardentíssimo por Cristo parece tê-lo inflamado e consumido; retrata-se como subjugado por sua emoção santa, compelido por ela a seguir avante em seu ministério em meio a tantos sofrimentos e dificuldades (II Cor. 5:14-15). Suas cartas estão repletas de amor transbordante pelos cristãos. Ele os chama de seus amados (II Cor. 12:19; Fil. 4:1; II Tim. 1:2); fala de seu cuidado com afeição e carinho por eles (I Tess. 2:7-8) e freqüentemente fala de seu anseio afetuoso e saudoso por eles (Rom. 1:11; Fil. 1:8; II Tess. 2:8; II Tim. 1:4).

Paulo expressa freqüentemente a emoção de alegria. Fala de seu regozijo com grande alegria (Fil. 4:10, Fm. v.7), de se alegrar extremamente (II Cor. 7:13), e sempre se alegrando (II Cor. 6:10). Vejam também I Cor. 1:12; 7:7,9,16; Fil. 1:4; 2:1-2; 3:3; Col. 1:24; I Tess. 3:9. Fala também de sua esperança (Fil. 1:20), seu zelo piedoso (II Cor. 11:2-3), e suas lágrimas de tristeza (At. 20:19,31 e II Cor. 2:4). Escreve sobre a grande e contínua tristeza em seu coração por causa da incredulidade dos judeus (Rom. 9:2). Não preciso mencionar seu zelo espiritual, que é óbvio em toda sua vida como apóstolo de Cristo. Se alguém puder examinar esses relatos bíblicos de Paulo, sem perceber que sua religião era de emoção, deve ter um estranho talento para fechar os olhos à luz que brilha diretamente em seu rosto!

O apóstolo João foi o mesmo tipo de homem. É evidente em tudo que escreveu, que era uma pessoa de vida emocional profunda. Dirige-se aos cristãos a quem escrevia de modo extremamente comovente e delicado. Suas cartas demonstram nada menos do que o amor mais fervoroso, como se ele fosse feito de afeição doce e santa. Não posso de fato dar provas disso, exceto citando suas cartas como um todo!

Maior de todos, o próprio Senhor Jesus Cristo teve um coração extraordinariamente terno e afetuoso e expressou Sua retidão abun-dantemente em emoções santas. Teve o mais ardoroso, vigoroso e for¬te amor por Deus e pelos homens que jamais existiu. Foi Seu amor santo que triunfou no Getsêmane, quando lutou com o medo e a dor, e quando Sua alma ficou "profundamente triste, até à morte" (Mat. 26:38).

Vemos que Jesus teve uma vida emocional forte e profunda durante Seus dias na terra. Lemos de Seu zelo por Deus: "O zelo da tua casa me consumirá" (João 2:17). Lemos sobre seu pesar pelos pecados dos homens: "indignado e condoído com a dureza dos seus corações" (Mar. 3:5). Chegou a derramar lágrimas quando considerou o pecado e a miséria do povo ímpio de Jerusalém: "Quando ia chegando, vendo a cidade, chorou e dizia: ah, se conheceras por ti mesma ainda hoje o que é devido à tua paz!" (Luc. 19:41-42). Muitas vezes lemos sobre a misericórdia e compaixão de Jesus: vejam Mat. 9:36; 14:14; 15:32; 18:34; Mar. 6:34; Luc. 7:13. Como foi afetuoso o Seu coração quando Lázaro morreu! Quão afetuosas foram Suas palavras de despedida aos Seus discípulos na noite antes de ser crucificado! De todas as palavras que jamais saíram dos lábios dos homens, as palavras de Cristo nos capítulos 14 a 16 do Evangelho de João foram as mais afetuosas e mais comoventes.

Meu Coração permanece Calmo – C. H. Spurgeon

SOLA SCRIPTURA - Se você crê somente naquilo que gosta no evangelho e rejeita o que não gosta, não é no Evangelho que você crê,mas, sim, em si mesmo - AGOSTINHO.

Assim serei contigo; não te deixarei, nem te desampararei. - (Josué 1 5)

Freqüentemente citamos estas palavras dirigidas a Josué; elas são a base da citação: "Ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei" (Hb 13.5), que encontramos no Novo Testamento.

Amados, temos diante de nós uma vida de guerra, porém o Senhor do Exércitos está conosco. Somos chamados para liderar um povo numeroso mas inconstante? Esta promessa nos garante toda a sabedoria e prudência que necessitaremos. Temos, lutado contra inimigos astutos e poderosos? Neste versículo encontramos o poder, o valor, a coragem e a vitória. Temos uma grande herança para conquistar? Por meio deste sinal alcançaremos nosso propósito: o Senhor mesmo está conosco.

Seria realmente uma calamidade para nós, se Jeová pudesse falhar; mas, como isso jamais acontecerá, os ventos de inquietação são colocados para dormir nas cavernas da fidelidade divina. Em nenhuma ocasião, o Senhor nos abandona. Aconteça o que acontecer, Ele estará ao nosso lado. Os amigos se afastam de nós; a ajuda deles é apenas como uma chuva de abril. Nosso Deus, porém, é fiel; Jesus é o mesmo para sempre, e o Espírito Santo habita em nós.

O meu coração, permanece calmo e esperançoso hoje. As nuvens talvez se ajuntem, mas o Senhor pode dispersá-las. Visto que Deus não falhará para comigo, minha fé também não falhará. E, como Ele nunca me abandonará, eu também não O abandonarei. Oh! que eu tenha uma fé que me faça descansar!