segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Direto do Coração: Religião ou Relacionamento?

Por Joyce Meyer
Você sabia que Deus quer ser seu amigo? Jesus passou pela experiência da morte na cruz para que você pudesse ter uma intimidade profunda, um relacionamento pessoal com Ele.

Nunca foi Seu plano vir e dar-nos uma lista com regras a cumprir para só assim sermos aceitos por Deus.

Para a maioria, isto é tudo que religião é — seguir um conjunto de regras e regulamentos. Quando cumprimos regras, nos sentimos bem, e quando falhamos ao cumpri-las, nos sentimos mal. Eu fui uma pessoa religiosa por um bom tempo. Eu me esforcei para cumprir todas as regras das quais achei que precisava cumprir para me sentir bem e ser aceita por Deus. Recentemente descobri que o maior problema de ser religiosa era que isso me impedia de desfrutar a minha vida e meu relacionamento com Deus.

Ao contrário de religião, relacionamento é comunhão, não é o que fazemos ou deixamos de fazer. È estar apaixonado por Deus e comunicando-se com Ele durante o dia, justamente como fazemos com um bom amigo.

Efésios 3:12 diz,… por causa da nossa fé Nele, nós ousamos ter arrojo (coragem e confiança) de livre acesso (uma aproximação sem reservas à Deus com liberdade e sem temor). Em outras palavras, como resultado da nossa fé em Jesus, nós podemos desfrutar de um relacionamento contínuo com Deus que é parte de nossa normal vida diária.

Há uma grande diferença entre praticar uma religião e experimentar um relacionamento com Deus. Eu gostaria de compartilhar algumas coisas com você que Deus tem falado comigo sobre o que significa ter um relacionamento íntimo com Ele.

Expectativas de Deus e dos homens
“O que Deus espera de mim?” Muitas pessoas se perguntam isso, e a resposta tem muito a ver com o modo que você vê o seu relacionamento com Deus. Eu jamais esquecerei o que uma mulher em uma das minhas conferências compartilhou comigo. Ela disse que Deus contou à ela que religião é uma idéia do homem das expectativas de Deus, e eu acho que esta é uma ótima definição. Por exemplo, muitas pessoas pensam que Deus espera que elas sejam boas. Mas a bíblia diz que não há um justo se quer. (1) Deus sabia que você e eu não seriamos capazes de sermos bons distante Dele. Foi por isso que Ele enviou Jesus—para podermos nos tornar a justiça de Deus em Cristo. (2)

A verdade é, nós precisamos da graça de Deus para sermos bons, porque ser bom não é só sobre nosso comportamento ou seguir regras corretas... é também sobre nossas motivações. Se nós estamos num relacionamento íntimo com Deus, os resultados naturais serão a motivação e o fortalecimento vindos do nosso relacionamento com Ele para fazermos as coisas que Ele quer que nós façamos.

Estaremos ajudando os outros, lendo a Palavra, orando ou fazendo qualquer outra coisa boa, quando o nosso relacionamento com Deus é prioridade, assim nós iremos nos preocupar só com o que Ele pensa. Em outras palavras, nós seremos motivados através de querer agradar a Deus e às pessoas amadas, não pelas suas necessidades próprias de aceitação ou medo do que os outros irão pensar.


Você está Desfrutando da Sua Vida?
Outro sinal que estamos praticando religião em vez de experimentar um relacionamento é quando nós não estamos desfrutando da nossa vida ou do nosso relacionamento com Deus. A maior chamada de cada crente é para desfrutar a Deus. Se nós não desfrutarmos Deus, nós não iremos aproveitar a vida porque Ele é vida. (3) Se você e eu estamos praticando religião, então tudo se centraliza em torno de seguir regras e cumprir leis.

A verdade é que nós podemos criar regras para qualquer coisa. Nós podemos criar leis para exercícios, limpar a casa, oração, ler a Bíblia... Você escolhe. Eu posso me lembrar de quando era muito religiosa a respeito de limpar a minha casa que não conseguia nem relaxar e desfrutar de ter amigos para almoçar conosco. Eu me preocupava tanto em me certificar que tudo estava perfeito antes dos convidados chegarem que quando eles chegavam, eu já estava brava, exausta e desejando que todos fossem embora.

Se nós estamos apenas praticando religião, até mesmo o nosso relacionamento com Deus pode tornar-se um fardo. Ao invés de só querer estar com Ele, nós sentimos que devemos passar um tempo lendo Sua Palavra, nós devemos orar, nós devemos ir à igreja.. e a lista se vai.. Mas quando você e eu estamos desfrutando de um relacionamento íntimo com Deus, nós vemos as coisas de uma maneira diferente. Passar um tempo com Ele torna-se um privilégio — nós temos que ler a bíblia, nós temos que orar, e nós temos que ir à igreja!

Agora, não estou dizendo que nós não devemos ter regras nas nossas vidas. Ter regras é bom pois elas geralmente nos ajudam a viver uma vida disciplinada. Mas pode se tornar um problema quando as regras nos fazem sentir que somos inaceitáveis ou não tão bons o suficiente quando falharmos em cumpri-las. Jesus não quer que vivamos em baixo de jugo e condenação. Ele veio para nos tornar livres!

Você Está Experimentando Liberdade?
Eu creio que há um mundo cheio de pessoas que estão vivendo debaixo da escravidão de regras e regulamentos da religião e que gostariam de ter uma amizade com Deus. Jesus pagou um alto preço para nos tornar justos perante a Deus e nos trazer para um relacionamento certo com Ele. Segundo Coríntios 5:21 diz, Em consideração a nós Ele fez Jesus (virtualmente) se tornar pecado O qual não conhecia pecado, para que dentro e através dEle pudéssemos nos tornar (providenciado com, visto como estando em, e exemplos de)a justiça de Deus (o que devemos ser, aprovados e aceitos e em relacionamento certo com Ele, pela Sua bondade) .

Você e Eu devemos ser encorajados a focar em nosso relacionamento com o Senhor, não em coisas como quantos versículos da bíblia lemos ou se oramos o número “certo” de horas. Fomos salvos dos nossos pecados então podemos conhecer a Deus e ter comunhão com Ele. Deus quer que nós estejamos relaxados em Sua presença e sermos nós mesmos no relacionamento com Ele. Foi para a liberdade que Cristo nos libertou... (Gálatas 5:1 NVI)

Meu esposo, Dave, é meu melhor amigo — Eu compartilho com ele todo o dia. Eu estou livre para relaxar, ser eu mesma e conversar com ele sobre qualquer coisa a qualquer hora, não importa como estou me sentindo. Da mesma forma, é assim que Deus quer que eu e você nos relacionemos com Ele.

Escolha Relacionamento
A escolha é sua: Você pode praticar Religião, esforçando-se em cumprir regras e regulamentos, ou você pode desfrutar de um relacionamento, experimentando intimidade com Deus. O Deus de toda a criação quer ser seu amigo—para conversar com você sobre qualquer coisa, dividir seus segredos, suas alegrias e suas lágrimas. Eu o encorajo a buscar a Ele para uma revelação pessoal do Seu amor para que você possa relaxar e desfrutar de um relacionamento de liberdade e intimidade com Ele—Começando hoje!

terça-feira, 2 de outubro de 2012

A eficácia de Jesus na formação de sua Equipe!

Provavelmente, seu sonho, como líder, é ter uma equipe capaz e apaixonada pela obra e por Deus. Uma equipe visionária e eficiente. Parece utopia, mas não é. Jesus teve uma equipe cheia de falhas, formada por pecadores como nós, mas que foi amplamente vencedora. Para termos uma equipe semelhante, precisamos aprender e conhecer os passos de Jesus ao selecionar o seu “time”. Seguem seis princípios de sua liderança

1. Jesus identificou o perfil de seus comandados

“Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens” (Mc 1.17).

Jesus buscava ajudadores que tivessem duas características: paixão e competência. As perguntas fundamentais na escolha de uma equipe são: “Onde está o seu coração?” e “Qual é a sua competência?”. Entendo por “competência” o conjunto de habilidades, unção, conhecimento e experiência. Já a “paixão” ou “coração”, é o caráter, a intenção, o compromisso e os valores pessoais.

Nas igrejas, há aqueles que são apaixonados por um ministério, mas não demonstram competência para atuar nele. Como exemplo, existem aqueles que se sentem plenamente realizados atuando no louvor, mas basta ouvi-los cantar para saber que não têm vocação para o canto fora das quatro paredes do seu banheiro. Em alguns casos, um pouco de técnica resolve. Em outros, não.

Há, ainda, o crente competente para cantar, mas que não coloca o coração nisso. Assim, o conhecimento é quase inútil, a dedicação se torna obsoleta e os frutos do ministério, escassos. O melhor é tentar atrair o coração dessa pessoa, mas sem autoritarismo. Isso precisa ser obra do Espírito Santo e não de homens. Caso essa atração não ocorra, cabe ao líder planejar uma substituição. Nem sempre o conhecimento basta.

Por fim, há aqueles que atuam em área onde são incompetentes e não têm nela o seu coração. Geralmente, estão lá por determinação de alguém que o “empurra”, na melhor das intenções. Aí só há uma saída: retire-o de lá com urgência. Não receie abrir lacunas. Ore e Deus proverá.

2. Jesus selecionou alguns

“Naqueles dias, retirou-se para o monte, a fim de orar, e passou a noite orando a Deus. E, quando amanheceu, chamou a si os seus discípulos e escolheu doze dentre eles...” (Lc 6.12,13).

Não vemos outra forma de alcançarmos um ministério bem-sucedido a não ser pela busca incessante da direção do Pai. Jesus orou antes de formar sua equipe. Um princípio básico, simples e eficiente. Jesus se dedicou pessoalmente ao processo de escolha e foi pró-ativo nessa seleção. Conviveu com seus discípulos, caminhou com eles, conheceu seus anseios.

Um ponto interessante na atitude de Jesus é que Ele escolheu justamente aqueles que tinham uma ocupação. Acreditamos que é melhor liderar pessoas engajadas em determinado trabalho — ou que pelo menos já o foram — do que liderar pessoas desocupadas. Pessoas trabalhadoras se encaixam melhor no perfil de uma equipe ideal. Estar ocupado significa se envolver naquilo a que se propõe. Ou seja, dedicar o coração, a alma e a vida.

3. Jesus capacitou os escolhidos

Não há como falar sobre o processo de escolha dos discípulos sem fazer alusão à frase “Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos”. No reino de Deus, capacitação é primordial. “Então, começou a ensinar seus discípulos”. É o que narra Marcos quando fala sobre essa relação de ensino entre Jesus e sua equipe. O próprio Espírito Santo foi enviado com a tarefa de nos “ensinar todas as coisas”.

A capacitação é o ato intencional de fornecer meios para proporcionar uma aprendizagem que, invariavelmente, representa mudança no comportamento humano. E essa mudança decorre dos novos conhecimentos, do desenvolvimento das habilidades, da lapidação das atitudes e da formação de conceitos.

Treinar um membro da equipe pode ser trabalhoso, mas é fundamental para que o ministério não se perca. Quando a igreja tem membros bem treinados, ela se desenvolve melhor. E a recíproca é verdadeira. Igrejas maduras, bem desenvolvidas, valorizam a capacitação.

4. Jesus deu o direcionamento

Jesus também orientou como os setenta deveriam agir (Lc 10.1). Falou desde o que deveriam levar até como deveriam se comportar. A missão era clara e bem definida. Jesus enxergou o objetivo, montou a equipe, comunicou, instruiu e encorajou os envolvidos. Tudo isso para que considerassem a importância da missão para a qual estavam sendo escolhidos.

Assim como Jesus, o líder precisa orientar sua equipe e conduzi-la à visão que Deus lhe deu. É função do líder direcionar a obra, isto é, definir metas em cada etapa, o papel de cada um no processo e acompanhar todo o andamento da missão, não deixando que as coisas ocorram ao “acaso” ou no improviso.


5. Jesus avaliou o trabalho

O feedback, ou a reação dos envolvidos nos processos — locutores, interlocutores e receptadores — é fundamental para o sucesso. Sem avaliar os resultados de cada etapa, corre-se o risco de desperdiçar informações importantes para as próximas execuções. Em pelo menos duas ocasiões, Jesus reagiu ao comportamento dos discípulos e deixou claro uma opinião sobre os fatos. Vejamos:

• “Roguei a teus discípulos que o expelissem, mas eles não puderam. Respondeu Jesus: Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei convosco e vos sofrerei? Traze o teu filho” (Lc 9.40,41).

• “Então, regressaram os setenta, possuídos de alegria, dizendo: Senhor, os próprios demônios se nos submetem pelo teu nome! [...] Naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo e exclamou: Graças te dou, ó Pai [...] E, voltando-se para os seus discípulos, disse-lhes particularmente: Bem-aventurados os olhos que vêem as coisas que vós vedes” (Lc 10.17, 24).

Esses dois momentos se referem ao mesmo assunto: expulsão de demônios. Em um caso, Jesus repreendeu os discípulos por não terem conseguido expulsar, no outro, eles se surpreenderam pelo fato de os demônios se submeterem.

Um dos objetivos de avaliar a equipe é descobrir onde é preciso concentrar nossos ensinamentos. A avaliação é um meio, não um fim. Deve ser relativa ao objetivo desejado, mas observa também as habilidades e as atitudes em evidência no grupo. Avaliar é essencial tanto para reforçar o que é positivo como para punir o que é negativo, resultando em ajustes. Perceba que Jesus em um momento reprovou, mas no outro, aprovou o comportamento da equipe — o que evidencia sua capacidade de olhar qualidades e defeitos com a mesma intensidade.

6. Jesus incentivou sua equipe

“Ninguém há que tenha deixado casa, ou mulher, ou irmãos, ou pais, ou filhos, por causa do reino de Deus, que não receba, no presente, muitas vezes mais e, no mundo por vir, a vida eterna” (Lc 18.29,30).

O maior incentivo de quem serve deve ser agradar o Senhor. Não há alegria maior para um servo do que sentir que Deus está feliz com suas atitudes e trabalho. Por isso, creio que o maior incentivo de quem serve é que se permita que ele sirva mais.

Incentivar a equipe é estar atento à satisfação de todas essas diferentes necessidades das pessoas. Uma organização ou agrupamento não deve pretender suprir todas as necessidades de alguém, mas deve ser sensível para conhecer o estágio em que cada um se encontra e procurar fazer o melhor para ajudar cada pessoa em seu momento de vida.

Estes seis princípios observados na vida de Jesus, durante a formação de sua equipe, podem e devem ser perseguidos pelos líderes. Imitar Jesus abrange todos os aspectos de seu caráter perfeito e seu procedimento exemplar. Nele não havia pecado, por isso, tudo o que pudermos observar é digno de ser imitado. Devemos sempre aprender com o nosso Mestre!

Por Rodolfo Montosa.

domingo, 30 de setembro de 2012

Servir: privilégio de poucos! Por: Ed René Kivitz

É natural ao coração humano a busca de conforto, status, poder e tudo quanto vem agregado a estas realidades.
Tiago, João e sua mãe foram até Jesus solicitar tais privilégios na consumação do reino de Deus. Jesus não disse nem que sim, nem que não, mas aproveitou para reforçar que o reino de Deus é reino de servos e, portanto, os servos são os verdadeiros governantes do mundo.
No reino de Deus, o privilégio e o ônus de governar não é das "pessoas importantes", mas dos servos, até porque, governar é servir.
No reino de Deus, a maneira de governar não é exercendo domínio sobre os governados, mas servindo os governados, até porque, governar é servir. Na lógica do reino de Deus, o oposto também é verdadeiro: servir é governar.

Para servir é necessário sair da zona de conforto, isto é, fazer o indesejado, dedicar tempo para tarefas pouco atraentes, assumir responsabilidades desprezadas pela maioria, fazer "o trabalho sujo", enfim fazer o que ninguém gosta de fazer. Para servir é necessário vencer o orgulho, isto é, se dispor a ser tratado como escravo, ter os direitos negligenciados, ser desprestigiado, sofrer injustiças, conviver com quase nenhum reconhecimento, enfim, não se deixar diminuir pela maneira como as pessoas tratam os que consideram em posição inferior. Para servir é necessário abrir mão dos próprios interesses, isto é, pensar no outro em primeiro lugar, ocupar-se mais em dar do que em receber, calar primeiro, perdoar sempre, sempre pedir perdão, enfim, fazer o possível para que os outros sejam beneficiados ainda que ás custas de prejuízos e danos pessoais.

Não é por menos que em qualquer sociedade humana existem mais clientes do que servos. Servir não é privilégio de muitos. Servir é para gente grande. Servir é para gente que conhece a si mesma, e está segura de sua identidade, a tal ponto que nada nem ninguém o diminui. Servir é para gente que conhece o coração das gentes, de tal maneira que nada nem ninguém causa decepção suficiente para que o serviço seja abandonado. Servir é para quem conhece o amor, de tal maneira que desconhece preço elevado demais para que possa continuar servindo. Servir é para quem conhece o fim a que se pode chegar servindo e amando, de tal maneira que não é motivado pelo reconhecimento, a gratidão ou a recompensa, mas pelo próprio privilégio de servir. Servir é para gente parecida com Jesus. Servir é para muito pouca gente.

A comunidade cristã - a Igreja, pode e deve ser vista, portanto, como uma escola de servos. Uma escola onde aprendemos que somos portadores do dna de Deus, dignidade que ninguém nos pode tirar. Uma escola onde aprendemos que, por mais desfigurado que esteja, todo ser humano carrega a imagem de Deus. Uma escola onde aprendemos a amar, e descobrimos que, se "não existe amor sem dor", jamais se ama em vão. Uma escola onde aprendemos que "mais bem aventurada coisa é dar do que receber".

Servir é mesmo privilégio de poucos. De minha parte, preferiria ser servido. Mas aí teria de abrir de mão do reino de Deus. Teria de abrir mão de desfrutar do melhor de mim mesmo. Teria de abrir mão de você. Definitivamente, me custaria muito caro. Nesse caso, continuo na escola.
© 2008 Ed René Kivitz

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A Heresia do Egocentrismo, Aut:John MacArthur

John MacArhtur, autor de mais de 150 livros e conferencista internacional, é pastor da Grace Comunity Church, em Sum Valley, Califórnia, desde 1969; é presidente do Master's College and Seminary e do ministério "Grace to You"; John e sua esposa Patrícia têm quatro filhos e quatorze netos.


"Não negligencieis a prática do bem e a mútua cooperação [koinonia]"


Hebreus 13.16

O egocentrismo não tem lugar na igreja. Nem devíamos dizer isso, mas, desde o alvorecer da era apostólica até hoje, o amor próprio em todas as suas formas tem prejudicado incessantemente a comunhão dos santos. Um exemplo clássico e antigo de egocentrismo fora de controle é visto no caso de Diótrefes. Ele é mencionado em 3 João 9-10, onde o apóstolo diz: "Escrevi alguma coisa à igreja; mas Diótrefes, que gosta de exercer a primazia entre eles, não nos dá acolhida. Por isso, se eu for aí, far-lhe-ei lembradas as obras que ele pratica, proferindo contra nós palavras maliciosas. E, não satisfeito com estas coisas, nem ele mesmo acolhe os irmãos, como impede os que querem recebê-los e os expulsa da igreja".
Diótrefes anelava ser o preeminente em sua congregação (talvez até mais do que isso). Portanto, ele via qualquer outra pessoa que tinha autoridade de ensino – incluindo o apóstolo amado – como uma ameaça ao seu poder. João havia escrito uma carta de instrução e encorajamento à igreja, mas, por causa do desejo de Diótrefes por glória pessoal, ele rejeitou o que o apóstolo tinha a dizer. Evidentemente, ele reteve da igreja a carta de João. Parece que ele manteve em segredo a própria existência da carta. Talvez ele a destruiu. Por isso, João escreveu sua terceira epístola inspirada para, em parte, falar a Gaio sobre a existência da carta anterior.
Na verdade, o egoísmo de Diótrefes o tornou culpado do mais pernicioso tipo de heresia: ele rejeitou ativamente e se opôs à doutrina apostólica. Por isso, João condenou Diótrefes em quatro atitudes: ele rejeitou o ensino apostólico; fez acusações injustas contra um apóstolo; foi inóspito para com os irmãos e excluiu aqueles que não concordavam com seu desafio a autoridade de João. Em todo sentido imaginável, Diótrefes era culpado da mais obscura heresia, e todos os seus erros eram frutos de egocentrismo.
Em nosso estado caído, estado de carnalidade, somos todos assediados por uma tendência para o egocentrismo. Isto não é uma ofensa insignificante, nem um pequeno defeito de caráter, nem uma ameaça irrelevante à saúde de nossa fé. Diótrefes ilustra a verdade de que o amor próprio é a mãe de todas as heresias. Todo falso ensino e toda rebelião contra a autoridade de Deus estão, em última análise, arraigados em um desejo carnal de ter a preeminência – de fato, um desejo de reivindicar para si mesmo aquela glória que pertence legitimamente a Cristo. Toda igreja herética que já vimos tem procurado suplantar a verdade e a autoridade de Deus com seu próprio ego pretensioso.
De fato, o egocentrismo é herético porque é a própria antítese de tudo que Jesus ensinou ou exemplificou. E produz sementes que dão origem a todas as outras heresias imagináveis.
Portanto, não há lugar para egocentrismo na igreja. Tudo no evangelho, tudo que igreja tem de ser e tudo que aprendemos do exemplo de Cristo golpeia a raiz do orgulho e do egocentrismo humano.
Koinonia
As descrições bíblicas de comunhão na igreja do Novo Testamento usam a palavra grega koinonia. O espírito gracioso que essa palavra descreve é o extremo oposto do egocentrismo. Traduzida diferentemente por "comunhão", "compartilhamento", "cooperação" e "contribuição", esta palavra é derivada de koinos, a palavra grega que significa "comum". Ela denota as ideias de compartilhamento, comunidade, participação conjunta, sacrifício em favor de outros e dar de si para o bem comum.
Koinonia era uma das quatro atividades essenciais que mantinha os primeiros cristãos juntos: "E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão [koinonia], no partir do pão e nas orações" (At 2.42). O âmago da "comunhão" na igreja do Novo Testamento era culto e sacrifício uns pelos outros, e não festividade ou funções sociais. A palavra em si mesma deixava isso claro nas culturas de fala grega. Ela foi usada em Romanos 15.26 para falar de "uma coleta em benefício dos pobres" (ver também 2 Co 9.3). Em 2 Coríntios 8.4, Paulo elogiou as igrejas da Macedônia por "participarem [koinonia] da assistência aos santos". Hebreus 13.16 diz: "Não negligencieis, igualmente, a prática do bem e a mútua cooperação [koinonia]". Claramente, o egocentrismo é hostil à noção bíblica de comunhão cristã.
Uns aos outros
Esse fato é ressaltado também pelos muitos "uns aos outros" que lemos no Novo Testamento. Somos ordenados: a amar "uns aos outros" (Jo 13.34-35; 15.12, 17); a não julgar "uns aos outros" e ter o propósito de não por tropeço ou escândalo ao irmão (Rm 14.13); a seguir "as coisas da paz e também as da edificação de uns para com os outros" (Rm 14.19); a ter "o mesmo sentir de uns para com os outros" e acolher "uns aos outros, como também Cristo nos acolheu para a glória de Deus" (Rm 15.5, 7). Somos instruídos a levar "as cargas uns dos outros" (Gl 6.2); a sermos benignos uns para com os outros, "perdoando... uns aos outros" (Ef 4.32); e a sujeitar-nos "uns aos outros no temor de Cristo" (Ef 5.21). Em resumo, "Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo" (Fp 2.3).
No Novo Testamento, há muitos mandamentos semelhantes que governam nossos relacionamentos mútuos na igreja. Todos eles exigem altruísmo, sacrifício e serviço aos outros. Combinados, eles excluem definitivamente toda expressão de egocentrismo na comunhão de crentes.
Cristo como cabeça de seu corpo, a igreja
No entanto, isso não é tudo. O apóstolo Paulo comparou a igreja com um corpo que tem muitas partes, mas uma só cabeça: Cristo. Logo depois de afirmar, enfaticamente, a deidade, a eternidade e a proeminência absoluta de Cristo, Paulo escreveu: "Ele é a cabeça do corpo, da igreja" (Cl 1.18). Deus "pôs todas as coisas debaixo dos pés, e para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo" (Cl 1.22-23). Cristãos individuais são como partes do corpo, existem não para si mesmos, mas para o bem de todo o corpo: "Todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor" (Ef 4.16).
Além disso, cada parte é dependente de todas as outras, e todas estão sujeitas à Cabeça. Somente a Cabeça é preeminente, e, além disso, "se um membro sofre, todos sofrem com ele; e, se um deles é honrado, com ele todos se regozijam" (1 Co 12.26).
Até aquelas partes do corpo aparentemente insignificantes são importantes (vv. 12-20). "Deus dispôs os membros, colocando cada um deles no corpo, como lhe aprouve. Se todos, porém, fossem um só membro, onde estaria o corpo?" (vv. 18-19).
Qualquer evidência de egoísmo é uma traição de não somente o resto do corpo, mas também da Cabeça. Essa figura torna o altruísmo humilde em virtude elevada na igreja – e exclui completamente qualquer tipo de egocentrismo.
Escravos de Cristo
A linguagem de escravo do Novo Testamento enfatiza, igualmente, esta verdade. Os cristãos não são apenas membros de um corpo, sujeitos uns aos outros e chamados à comunhão de sacrifício. Somos também escravos de Cristo, comprados com seu sangue, propriedade dele e, por isso, sujeitos ao seu senhorio.
Escrevi um livro inteiro sobre este assunto. Há uma tendência, eu receio, de tentarmos abrandar a terminologia que a Escritura usa porque – sejamos honestos – a figura de escravo é ofensiva. Ela não era menos inquietante na época do Novo Testamento. Ninguém queria ser escravo, e a instituição da escravidão romana era notoriamente abusiva.
No entanto, em todo o Novo Testamento, o relacionamento do crente com Cristo é retratado como uma relação de senhor e escravo. Isso envolve total submissão ao senhorio dele, é claro. Também exclui toda sugestão de orgulho, egoísmo, independência ou egocentrismo. Está é simplesmente mais uma razão por que nenhum tipo de egocentrismo tem lugar na vida da igreja.
O próprio senhor Jesus ensinou claramente este princípio. Seu convite a possíveis discípulos foi uma chamada à total autorrenúncia: "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me" (Lc 9.23).
Os doze não foram rápidos para aprender essa lição, e a interação deles uns com os outros foi apimentada com disputas a respeito de quem era o maior, quem poderia ocupar os principais assentos no reino e expressões semelhantes de disputas egocêntricas. Por isso, na noite de sua traição, Jesus tomou uma toalha e uma bacia e lavou os pés dos discípulos. Sua admoestação para eles, na ocasião, é um poderoso argumento contra qualquer sussurro de egocentrismo no coração de qualquer discípulo: "Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também" (Jo 13.14-15).
Foi um argumento do maior para o menor. Se o eterno Senhor da glória se mostrou disposto a tomar uma toalha e lavar os pés sujos de seus discípulos, então, aqueles que se chamam discípulos de Cristo não devem, de maneira alguma, buscar preeminência para si mesmos. Cristo é nosso modelo, e não Diótrefes.
Não posso terminar sem ressaltar que este princípio tem uma aplicação específica para aqueles que estão em posições de liderança na igreja. É um lembrete especialmente vital nesta era de líderes religiosos que são superestrelas e pastores jovens que agem como estrelas de rock. Se Deus chamou você para ser um presbítero ou mestre na igreja, ele o chamou não para sua própria celebridade ou engrandecimento. Deus o chamou a fazer isso para a glória dele mesmo. Nossa comissão é pregar não "a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor e a nós mesmos como vossos servos [escravos], por amor de Jesus" (2 Co 4.5).

Traduzido por: Francisco Wellington Ferreira
Editor: Tiago Santos
Copyright © John MacArthur & Tabletalk
Copyright © Editora FIEL 2012.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Diferenças entre o casal podem ser resolvidas com diálogo e confiança mútua!

Todo e qualquer relacionamento amoroso passa por problemas. Contudo, a capacidade de lidar com cada um deles varia de casal para casal. Para evitar maiores desgastes, é necessário analisar e driblar essas adversidades que aparecem pelo caminho.
O diálogo deve ser mantido dentro de um relacionamento, principalmente quando uma das partes detecta um sinal de alerta, ou seja, um problema.
De acordo com o psicólogo Silmar Coelho, quem não dá importância a esses sinais e não corrige o que precisa certamente terá conflitos maiores.

“Problemas aumentam de tamanho quando não confrontados. Eles são como um tanque de roupa suja, se não lavar hoje, amanhã tem mais”, afirma.
Entretanto, o casal deve saber que, diante de uma situação complicada, homens e mulheres agem de formas diferentes. Nem sempre é simples fazer com que o parceiro entenda o que o outro sente, e na hora da raiva, algumas pessoas perdem o controle, e consequentemente, a razão. Uma conversa sincera é importante, sem agredir ou culpar, mas sim explicando o que se sente.

“O que acontece, muitas vezes, é que homens e mulheres não enxergam o problema de forma semelhante. Um bom exemplo é falar sobre os sentimentos, uma vez que cada um manifesta de uma forma diferente”, aponta.
A exposição de sentimentos é dos motivos de discussões entre alguns casais, pelo fato de que, mais uma vez, homens e mulheres pensem de maneira diferente. O psicólogo explica que “o homem acha que provendo as necessidades da mulher está dizendo que a ama. Mas para a mulher essas coisas não bastam, pois ela precisa ouvir o tempo todo que é amada, já o homem não”.

O relacionamento deve ser construído com verdade. Contar o que acontece aumenta a confiança. Mas em alguns casos, as pessoas falam mais do que o necessário, o que pode trazer problemas para a vida do casal. Um bom exemplo são informações que não vão agregar em nada a vida do outro, mas que em contrapartida podem provocar ciúme e briga. Por isso deve haver um bom senso antes de dizer algumas coisas desnecessárias. Silmar diz que falar ou deixar de falar deve ser analisado dentro da situação e da personalidade do parceiro.
O fato é que problemas todos os casais têm, mas vale o esforço e a tentativa para superá-los e fazer a relação ser melhor a cada dia. Silmar finaliza dizendo que “uma relação saudável é construída todos os dias, com pequenos gestos e atitudes de respeito e amor”.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Desigrejados e decepcionados com a igreja!

Minha mãe me ensinou desde criança uma lição: “Nunca crie expectativas altas demais, porque se o resultado for mediano, você vai se decepcionar. Já se sua expectativa for baixa e o resultado for mediano, você ficará feliz”. A lição de minha mãe nada mais é do que um mecanismo para evitar a decepção. O desapontamento. A frustração. E o maior deles seria não esperar demais de nada nem de ninguém. Eu acreditei nisso por muitos anos. Mas hoje vejo que ela estava errada. E já explico o porquê.
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Quando uma pessoa passa a frequentar uma igreja, ela cria uma expectativa. Todos nós, que não nascemos em berço evangélico, passamos por isso e sabemos disso. Esperamos que na igreja a pessoa seja diferente. Vemos no pastor a figura do representante de Deus. E esperamos do irmão e dos líderes nada menos do que o melhor. Um comportamento exemplar. Amor transbordante. Só que o tempo passa e a gente descobre que membros e líderes de igreja são seres humanos absolutamente normais: erram, pecam, desiludem, às vezes até maltratam.
Como nosso nível de expectativa era altíssimo, a decepção com palavras ou atitudes dentro da igreja provoca uma frustração colossal. Não suportamos que um irmão ou um pastor errem como nós erramos. Ficamos magoados. Feridos. Machucados. E, atendendo ao instinto de defesa do animal humano ante o predador, fugimos.
Ao fugir, uns se desviam e apostatam da fé. Outros mantém vivo o amor por Jesus e caem na ilusão de que se viverem sua fé numa comunidade alternativa não terão essas decepções, tadinhos. Tornam-se o que passou a se chamar de “desigrejados”. Esses decepcionados creem que fugindo do templo conseguirão fugir da decepção com as pessoas. Só que paredes, tijolo e argamassa não carregam em si o potencial de decepcionar: pessoas carregam. Por isso, o desigrejado dá um tiro no próprio pé, por se iludir com a falsa promessa de uma segurança fora dos templos institucionais. Mas o tempo vai passar e ele vai descobrir que a decepção e a frustração acompanharão quem convive com gente.
Pois esse é o âmago da questão. Desigrejar-se e ficar pela internet escrevendo para pessoas de outras cidades: “Amigaaaaa! Eu te amooooooo!” é mole. Pois você está convivendo com um avatar, mesmo que fale vez por outra por MSN, telefone, Skype. É como um namoro, em que nos primeiros meses cada um só vai mostrar o melhor de si. O mesmo ocorre nas “comunidades” dos desigrejados (ou “adenominacionais”, como alguns fazem muita questão de dizer). Mas conheça fundo cada pessoa, cada irmão desigrejado que faz parte da sua “comunidade de fé” virtual ou real. Você vai descobrir que ele tem o exato mesmo potencial de decepcionar e frustrar que um ser humano que frequenta uma igreja institucional. Por uma simples razão: carrega em si a semente inexorável do pecado.
É por isso que tantos desigrejados têm retornado às igrejas tradicionais: descobriram que fora dos templos pessoas continuam sendo pessoas. Que se decepcionaram do mesmo jeito. Que a frustração é igualzinha. E é por isso que afirmo que a moda dos desigrejados vai passar. Pois pode levar algum tempo, mas eles também serão feridos fora dos templos – e isso já está acontecendo, e muito. Hoje eles não enxergam. Mas espere uma ou duas décadas e você verá o balanço do pêndulo levá-lo para o outro lado.
Minha mãe estava errada. Conversando com uma psicóloga sobre a ideia de manter baixo o nível de expectativas para não sentir a dor da decepção, ela me disse: “Zágari, a questão não é criar baixas expectativas para não se frustrar. O segredo está em aprender a conviver com a decepção, com a frustração. Pois elas são inevitáveis”. Ouvir isso literalmente mudou minha vida em igreja. Porque, a partir daí, aprendi que serei ferido. E passei a pensar em como reagir a isso. Fugir? Não, não é essa a solução.
O caminho é compreender que o ser humano, dentro ou fora de um templo institucional, erra. Decepciona. Frustra. Magoa. Machuca. E lidar com essa verdade. Hoje eu sei que serei em algum momento traspassado por palavras e atitudes de irmãos ou pastores da igreja. Pois são cristãos, mas também são humanos que pecam. Sabendo disso, não agirei como uma menininha chorona, fazendo mimimi ante uma decepção: agirei como Jesus, estendendo graça e compreendendo a falibilidade humana. Compreendendo que Igreja é corpo. E quando o pé dói e faz todo o corpo sofrer, a mão não tem culpa, mas ela não vai se extrair do corpo para se livrar do pé que a faz sofrer. A mão irá cuidar, tratar, tolerar o pé.
E é isso o que temos de fazer: se alguém na igreja institucional te decepciona, magoa, fere, se desigrejar não resolverá absolutamente nada. Pois vocé largou o pé doente para lá, não tratou dele e ainda foi embora, deixando o corpo maneta. E vai se juntar a um corpo “alternativo”, a uma “comunidade”, a um grupo “adenominacional” onde haverá outros pés doentes que te farão sofrer, mais dia, menos dia. Ou seja, troca-se seis por meia-dúzia.
De imediato, se desigrejar parece ser a solução celestial para quem se decepciona dentro da igreja organizada. Em médio e longo prazos, tal pessoa descobrirá que isso não resolve nada. É apenas o mesmo com um verniz diferente. E os que se desigrejaram para não se frustrar (por achar que agora estão numa comunidade onde já se espera que se peque e ninguém cobra nada de ninguém – e por isso o nível de expectativa é baixo), viverão a frustração em dobro. Pois chegará o dia em que, em seu desigrejamento, serão decepcionados, magoados, feridos. Pois se chamar “adenominacional” não fará ninguém ser menos pecador ou decepcionante.
Não busque lugares para viver a fé onde sua expectativa seja baixa. Aprenda a viver com a frustração. Pois ela é inevitável. Pessoas ferem. Desigrejados são pessoas. Meu irmão em Cristo desigrejado, vou te contar um segredo: você se frustrará na comunidade em que vive a fé. É um questão de tempo. Quando (e não “se”) isso acontecer, espero que você já tenha entendido que se decepcionar com o irmão faz parte da jornada cristã.
A questão não é ser ferido ou não. A questão é: o que fazer quando isso acontecer. Fugir? Espernear? Criar dissenssões? Ou ficar e colaborar? Suportar os outros em amor? Cuidar e discipular quem decepciona? Ajudar o pé a sarar e caminhar bem? Mas isso dá trabalho, né? O mais fácil é pegar nossa trouxinha e nos mudarmos para outro modelo de vida cristã, nos enganando que ali não nos decepcionaremos só porque não tem um templo ou um pastor.

Aprenda, querido irmão, querida irmã: onde houver gente você se decepcionará. O modelo é só a casca. Para não se frustrar com o ser humano, a única alternativa é fugir do convívio e se trancar num mosteiro ou numa caverna. Mas cuidado. Lembre-se que, ao fazer isso, você estará carregando junto consigo… você mesmo. E você tem um gigantesco potencial de decepcionar a si mesmo, de frustrar a si mesmo, de magoar a si mesmo, de ferir a si mesmo. Imagine então o potencial que você tem de machucar o próximo. E cogite a possibilidade de que o problema não esteja no templo, nos pastores, nos irmãos, no modelo de igreja: esteja em seu próprio coração pecador. Sim, querido, querida: você pode ser o problema. E peço a Deus que você consiga conviver com a pessoa decepcionante, frustrante e magoadora que você é.
Paz a todos vocês que estão em Cristo.

Maurício Zágari

domingo, 23 de setembro de 2012

Estavam na Prisão, Mas, A prisão não estava neles!


Título: Paulo e Silas na prisão
Texto: Atos cap. 16: 16 ao 34

Tema: Estavam na prisão, mas a prisão não estava neles!

Introdução: Este episódio ocorreu na segunda viagem missionária do apóstolo Paulo, deu-se na cidade de Filipos (Macedônia).
Foi ali naquela cidade que Paulo e Silas pregaram a Lídia (Atos 16:15) e o Espírito Santo lhe abriu o coração para que cresse no evangelho, e assim em sua casa foi estabelecida a “primeira igreja” no continente Europeu.

Os passos que levaram os Apóstolos a prisão e a manifestação sobrenatural de Deus em defesa deles:

1- A libertação da jovem com espírito de adivinhação, V.18
2- A perseguição aos Apóstolos V.19
3- Uma falsa acusação V.20, 21
4- Um aprisionamento Brutal V.23, 24

5- A confiança inabalável dos Apóstolos V.25

6- A prisão abalada V.26

7- O carcereiro Abalado V.27

8- A grande pergunta V.28, 29,30

9- Uma resposta clara V. 31

10- Uma conversão real V. 33,34

Existem várias maneiras de Deus falar com pessoas...

Com o povo de Israel no pé do monte Sinai, Deus se manifestou com alarido de trombetas e grande sonido,

Com o profeta Elias na caverna falou através de uma voz mansa e delicada.

Com Lídia a vendedora de púrpura, o Espírito Santo mansamente lhe abriu o coração para que cresse no evangelho.

E para falar com esse carcereiro da cidade de Filipos, precisou um grande terremoto que abalou os alicerceis da prisão.

Na verdade o prisioneiro ali era ele (o carcereiro)

Era prisioneiro do medo! “queria se matar”

Era prisioneiro do pecado! “perguntou sobre como fazer para ser salvo”

Reconheceu que aqueles homens é que eram verdadeiramente “livres”, pois apesar de estarem numa prisão física, suas almas eram livres para adorar a Deus em meio à dor e sofrimento.

Eram livres para orar

Eram livres para cantar

Eram livres para amar

Eram livres para perdoar

Conclusão: Com suas vidas dedicadas ao Senhor, mostraram para aquele carcereiro que eles “estavam na prisão, mas a prisão não estava neles”.

E todo homem ou mulher de Deus que é livre de alma e espírito, nenhuma prisão da terra poderá dete-los.

Se pois, o Filho vos libertar, “verdadeiramente, sereis livres” João 8:36.


Sermão preparado por Missionária: Sara Pavesi Veiga, e apresentado na conclusão do curso de Oratória.
Tinha 5 min. para anunciar o que iria falar, falar o que anunciou e fazer a conclusão do assunto.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

COMO MUDAR SUA IGREJA! Aut: Mark Dever

Mark Dever é pastor da Igreja Batista de Capitol Hill, no distrito de Washington; fundador do ministério 9Marcas e um dos organizadores do ministério Juntos Pelo Evangelho; conferencista internacional e autor de vários livros, incluindo os livros "Nove Marcas de Uma Igreja Saudável","Refletindo a Glória de Deus" e "Deliberadamente Igreja", todos publicados em português pela Editora FIEL.

Pastores sempre me perguntam: "Como fazer para que minha igreja mude?" Muitos ministros têm alienado suas igrejas na tentativa de promover mudança, a tal ponto de alguns serem afastados do ministério.

Mesmo assim, como pastores, temos de levar nossas igrejas a mudanças, muito embora isto seja difícil. Aqui estão algumas sugestões sobre como promover mudança: ensinar, permanecer e amar.

Ensine a mudar

Primeiro, as ideias a serem aplicadas em nossas igrejas deveriam vir das Escrituras. Isso faz do púlpito a ferramenta mais poderosa para mudar uma igreja. A pregação expositiva constante é um meio que o Espírito Santo normalmente usa para falar aos corações humanos.

Ore para que através de sua pregação, Deus venha a ensinar a igreja como ela precisa mudar. É impressionante a frequência com que nós, pastores, queremos consertar os problemas, antes de termos tempo para explicá-los!

Muitos pastores tentam forçar a mudança em suas igrejas - quase sempre defendendo tais medidas como atribuição da liderança - quando deveriam informar a igreja a respeito da mudança pretendida. Irmãos, devemos alimentar o rebanho confiado ao nosso cuidado e não bater nele. Ensinem o rebanho.

Mesmo que a mudança que você vislumbra seja correta, ainda há a questão de o tempo ser ou não adequado. Ser correto não é uma licença para uma ação imediata, o que me leva ao segundo ponto.

Permaneça para mudar

A ideia de se comprometer com um lugar está desaparecendo, tanto no local de trabalho quanto no lar. O modelo para as gerações mais jovens não é como uma escada corporativa pré-fabricada, com passos cuidadosamente limitados, e sim como o mosaico da rede mundial (world-wide web), com alternativas e opções, parecendo espalhar-se infinitamente. Assim, somos ensinados a valorizar experiências variadas, entendendo cada uma como um enriquecimento para a outra.

Nós, pastores, precisamos estabelecer um modelo diferente em nossas igrejas. Precisamos ensinar-lhes que compromisso é bom, quer seja para com nosso casamento, família e nossa fé, ou nossa igreja e nossa vizinhança. É sob a luz de tais compromissos a longo prazo (não pensando em termos de meses, mas de décadas) que podemos ajudar nossa igreja a encontrar suas prioridades certas.

Como um pastor, seu maior poder de ajudar sua congregação a mudar não vem da força de sua personalidade, mas através de anos de ensino fiel e paciente. Mudanças que não acontecem neste ano podem vir no ano seguinte, ou em dez anos.

Para este fim, escolha suas batalhas com sabedoria, cuidadosamente, priorizando uma mudança necessária após a outra. Quais mudanças escolhidas são as mais necessárias e mais urgentes? Qual delas pode esperar? Falando de modo geral, os pastores precisam aprender a pensar de uma maneira madura e a longo prazo.

Pastorados longos também ajudam o pastor. Eles o impedem de se tornar um portador de novas ideias, colocando-as em prática por dois ou três anos e, depois desse tempo, ter de mudar-se para colocá-las em prática em outro lugar. Geralmente, quanto mais tempo ficamos, mais realistas temos de ser - e isso é bom para nossa própria alma e para aqueles a quem servimos.

A chave para uma mudança é ficar em uma igreja o tempo suficiente para ensinar a congregação. Se você não planeja ficar, então tenha cuidado antes de começar algo que o próximo pastor terá de terminar. Não deixe a congregação tornar-se insensível com você ou com o seu sucessor, ou mesmo contra a mudança necessária.

Quando eu era um jovem seminarista, adotei três clérigos anglicanos, de Cambridge, como meus modelos. Todos tinham ministérios onde pregavam expositivamente em seus púlpitos, durante muitos anos - Richard Sibbes (em Cambridge e Londres, por 30 anos), Charles Simeon (em Cambridge, por mais de 50 anos), e John Stott (em Londres, por mais de 50 anos). Pela graça de Deus, estes três pastores construíram as igrejas onde serviam, e tiveram efeito sobre a emergente geração ministerial, mediante sua longa fidelidade.

Ame para mudar

Para desejar as mudanças corretas, ensinar sobre elas, e ficar tempo suficiente, você tem de amar. Você tem de amar o Senhor e amar o povo que Ele lhe confiou.

Clemente de Roma disse: "Cristo pertence aos humildes de coração, e não àqueles que se exaltam sobre o seu rebanho". Do amor procede o cuidado paciente que, continuamente, dirige a congregação para a Palavra de Deus.

Jonathan Edwards não foi um pastor menos fiel somente porque sua congregação o demitiu. Alguns de nós tivemos pastorados curtos e fiéis. Mas este tipo de pastorado não é minha preocupação aqui. Com este breve artigo, simplesmente tentei levantar em sua mente algumas ideias de como você pode - ensinando, permanecendo e amando - levar sua congregação à mudança bíblica.

domingo, 5 de agosto de 2012

Um Desafio às Mulheres - Aut. John Piper

John Piper é um dos ministros e autores cristãos mais proeminentes e atuantes dos dias atuais, atingindo com suas publicações e mensagens milhões de pessoas em todo o mundo. Ele exerce seu ministério pastoral na Bethlehem Baptist Church, em Minneapolis, MN, nos EUA desde 1980.


Neste breve texto, o pastor John Piper enumera, como que em oração, uma lista de importantes conselhos direcionados às mulheres cristãs, a fim de que vivam para a glória de Cristo.
  1. Que tudo da sua vida - em qualquer esfera - seja devotado à glória de Deus.
  2. Que as promessas de Cristo sejam confiadas tão plenamente que paz, alegria e força encham sua alma a ponto de transbordar.
  3. Que essa plenitude de Deus abunde em atos diários de amor, de forma que as pessoas possam ver suas boas obras e glorificar ao seu Pai no céu.
  4. Que vocês sejam mulheres do Livro, que amem, estudem e obedeçam a Bíblia em cada área do seu ensino. Que a meditação sobre a verdade bíblica possa ser a fonte de esperança e fé. E que vocês continuem a crescer em entendimento através de todos os capítulos de sua vida, nunca pensando que o estudo e o crescimento são apenas para os outros.
  5. Que vocês sejam mulheres de oração, de forma que a Palavra de Deus se abra para vocês; e o poder da fé e santidade desça sobre vocês; e sua influência espiritual crescerá no lar, na igreja e no mundo.
  6. Que vocês sejam mulheres que tenham uma profunda compreensão da graça soberana de Deus, fortalecendo todo esse processo espiritual; que sejam pensadoras profundas sobre as doutrinas da graça, e amantes e crentes profundos dessas coisas.
  7. Que vocês sejam totalmente comprometidas ao ministério, seja qual for o seu papel específico, que não desperdicem o seu tempo em revistas de senhoras ou hobbies inúteis, assim como seus maridos não deveriam desperdiçar o tempo deles em esportes excessivos ou coisas sem propósito na garagem. Que você redima o tempo para Cristo e seu reino.
  8. Que vocês, se solteiras, explorem seu solteirismo para a plena devoção a Cristo e não sejam paralisadas pelo desejo de se casar.
  9. Que vocês, se casadas, apoiem a liderança do seu marido de maneira criativa, inteligente e sincera, tão profundamente como uma obediência a Cristo permitir; que vocês o encorajem em seu papel designado por Deus como o cabeça; que vocês o influenciem espiritualmente primariamente através da sua tranquilidade destemida, santidade e oração.
  10. Que vocês, se tiverem filhos, aceitem a responsabilidade com o seu marido (ou sozinhas, se necessário) de criar os filhos que esperam no triunfo de Deus, compartilhando com ele o ensino e a disciplina das crianças, e dando aos filhos aquele toque e cuidado protetor especial que vocês são unicamente capacitadas para dar.
  11. Que vocês não assumam que o emprego secular é um desafio maior ou um melhor uso da sua vida que as oportunidades incontáveis de serviço e testemunho no lar, na vizinhança, comunidade, igreja e no mundo. Que não proponham somente a pergunta: Carreira vs. Mãe em tempo integral? Mas que perguntem tão seriamente: Carreira em tempo integral vs. Liberdade para o ministério? Que vocês perguntem: O que seria maior para o Reino - ser empregado de alguém que lhe diga o que você deve fazer para seu negócio prosperar, ou ser um agente livre de Deus, sonhando o seu próprio sonho sobre como seu tempo, seu lar e sua criatividade poderiam fazer o negócio de Deus prosperar? E que em tudo isso você faz suas escolhas não sobre a base de tendências seculares ou expectativas de estilo de vida, mas sobre a base do que fortalecerá a sua família e promoverá a causa de Cristo.
  12. Que vocês parem e (com seus maridos, se forem casadas) planejem as várias formas da sua vida ministerial em capítulos. Os capítulos são divididos por várias coisas - idade, força, solteirismo, casamento, escolha de emprego, crianças no lar, crianças na escola, netos, aposentadoria, etc. Nenhum capítulo é tudo alegria. A vida finita é uma série de permutas. Encontrar a vontade de Deus, e viver para a glória de Cristo plenamente em cada capítulo é o que faz dele um sucesso, não se ele se parece com o capítulo de outra pessoa ou se tem nele o que o capítulo cinco terá.
  13. Que vocês desenvolvam uma mentalidade e um estilo de vida guerreiro; que nunca se esqueçam que a vida é breve, que milhões de pessoas estão entre o céu e o inferno todos os dias, que o amor ao dinheiro é suicídio espiritual, que os objetivos de mobilidade ascendente (roupas chiques, carros, casas, férias, comidas, hobbies) são um substituto pobre para os objetivos de viver para Cristo com toda a sua força, e maximizar sua alegria no ministério ao ajudar pessoas.
  14. Que em todos os seus relacionamentos com os homens vocês procurem a direção do Espírito Santo ao aplicar a visão bíblica da masculinidade e feminilidade; que vocês desenvolvam um estilo e comportamento que faça justiça ao papel único que Deus deu aos homens para serem responsáveis pela liderança graciosa com relação às mulheres - uma liderança que envolve elementos de proteção, cuidado e iniciativa. Que vocês pensem criativamente e com sensibilidade cultural (assim como ele deve fazer) ao moldar o estilo e ajustar o tom de sua interação com os homens.
  15. Que vocês vejam a direção bíblica para o que é apropriado e inapropriado para os homens e mulheres em relação uns para com os outros, não como restrições arbitrárias sobre a liberdade, mas como prescrições sábias e graciosas de como descobrir a verdadeira liberdade do ideal de complementaridade de Deus. Que vocês não mensurem sua potencialidade pelas poucas funções restringidas, mas pelas incontáveis oferecidas.

Pastor: John Piper


Tradução: Desiring God


O leitor tem permissão para divulgar e distribuir esse texto, desde que não altere seu formato, conteúdo e / ou tradução e que informe os créditos tanto de autoria, como de tradução e copyright. Em caso de dúvidas, faça contato com a Editora Fiel.

Pecado - Aut: D. M. Lloyd Jones

Ninguém jamais terá uma concepção verdadeira do ensino bíblico sobre a redenção, se não possuir clareza de entendimento sobre a doutrina bíblica do pecado.
E essa é a razão por que muitas pessoas, em nossos dias, são inseguras e vagas em suas idéias a respeito da redenção.
A idéia mais comum é a de que o Senhor Jesus é um tipo de amigo ao qual todos podem recorrer em dificuldades, como se isso fosse tudo a respeito dEle. O Senhor Jesus é esse tipo de amigo — e temos de agradecer a Deus! Mas isso não é redenção em todo o seu escopo, em sua inteireza ou em sua essência.
Você não pode começar a avaliar a redenção, até que compreenda o que a Bíblia nos ensina a respeito da condição do homem no pecado e de todos os efeitos do pecado no homem. Permita-me dizê-lo com outras palavras: você não pode entender a doutrina da encarnação de Cristo, a menos que entenda a doutrina do pecado.
A Bíblia nos ensina que o homem estava em uma condição tão deplorável, que exigia a vinda, dos céus à terra, da Segunda Pessoa da bendita e santíssima Trindade. Ele teve de humilhar-se e assumir a natureza humana, nascendo como um bebê. Isso era absolutamente essencial, para que o homem fosse redimido. Por quê? Por causa do pecado e da sua natureza.
Por conseguinte, você não pode entender a encarnação de Jesus, a menos que tenha um entendimento claro sobre o pecado.
 De maneira semelhante, considere a cruz no monte Calvário. O que ela significa? O que a cruz nos diz? O que aconteceu lá? Digo novamente que você não pode entender a morte de nosso Senhor e o que Ele fez na cruz, se não possui um entendimento claro sobre a doutrina do pecado.
A completa imprecisão das idéias de muitas pessoas a respeito da morte de nosso Salvador se deve completamente a este fato: e elas não gostam da doutrina da substituição, não gostam da doutrina do sofrimento penal.
Isso acontece porque nunca compreenderam o problema e não vêem o homem como um criatura caída no pecado. Estas são as doutrinas fundamentais da fé cristã; não se pode entender a redenção, exceto à luz da terrível condição do homem no pecado.

sexta-feira, 6 de julho de 2012


"As palavras da sua boca são malícia e engano; deixou de entender e de fazer o bem." Salmos 36.3

Certa vez, um sultão sonhou que havia perdido todos os dentes.

Ele acordou assustado e mandou chamar um sábio para que interpretasse o sonho.

"Que desgraça, senhor!", exclamou o sábio. "Cada dente caído representa a perda de um parente de vossa majestade!"

"Mas que insolente!", gritou o sultão. "Como se atreve a dizer tal coisa?!"

Então, ele chamou os guardas e mandou que lhe dessem cem chicotadas.

Mandou também que chamassem outro sábio para interpretar o mesmo sonho.

O outro sábio chegou e disse:

"Senhor, uma grande felicidade vos está reservada! O sonho indica que ireis viver mais que todos os vossos parentes!”

A fisionomia do sultão se iluminou, e ele mandou dar cem moedas de ouro ao sábio.

Quando este saía do palácio, um cortesão perguntou ao sábio:

“Como é possível”? A interpretação que você fez foi a mesma do seu colega!!! No entanto, ele levou chicotadas, e você, moedas de ouro!"

Respondeu, então, o sábio:

"Lembre-se sempre, amigo, tudo depende da maneira de dizer as coisas...” 

Esse é um dos desafios em nossos relacionamentos.

Desafio para as lideranças, para os educadores, para todos nós: a maneira de dizer as coisas, porque as palavras têm força, têm poder.

Elas podem gerar felicidade ou desgraça, moedas de ouro ou chicotadas, paz ou guerra.

A verdade deve ser dita, mas a forma como é feita pode fazer toda a diferença.

Que aprendamos a pronunciar palavras que elevam que tocam no coração, que transformam e que possibilitam uma convivência melhor nas famílias, nos grupos de amigos e nas equipes de trabalho!

sábado, 19 de maio de 2012

Agenda de Ministrações e Palestras 2012

19 e 20 de Maio- São Bento do Sul Assembléia de Deus Cong. do Círculo de Oração- Pr. Everaldo 26 e 27 de Maio- Navegantes Assembléia de Deus (Bom Pastor)Pr. Olívio Cong. do Círculo de Oração 02 e 03 de Junho- Caçador Ass. de Deus- Pr. Maikel Congresso de Casais 16 e 17 de Junho- Camboriú Ass. de Deus- Pr. Júlio Mafra Cong. do Círculo de Oração 30 de Junho e 01 de Julho- Joinville Ass. de Deus (Nova Jerusalém) Pr. Joary 08 de Julho- Joinville Igreja Batista Família de Deus Culto da Família 11 e 12 de Agosto- Blumenau Ass. de Deus (Fidelis) Palestra para Casais 08 e 09 de Setembro- Tubarão Sede Ass. de Deus- Pr.Wilson Simermann Cong. do Círculo de Oração 15 e 16 de Setembro- Garuva Sede Ass. de Deus- Pr. Carlos Mafra Cong. do Círculo de Oração 20 e 21 de Outubro- São José Ass. de Deus- Pr. Ezequiel Montanha Retiro de Mulheres

ENTREVISTA SARA PAVESI - PROGRAMA KENNEDY NUNES

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Viver ou Juntar Dinheiro?

Por Max Gehringer. Recebi uma mensagem muito interessante de um ouvinte da CBN e peço licença para lê-la na íntegra, porque ela nem precisa dos meus comentários. Lá vai: "Prezado Max meu nome é Sérgio, tenho 61 anos, e pertenço a uma geração azarada. Quando eu era jovem as pessoas diziam para escutar os mais velhos, que eram mais sábios, agora me dizem que tenho de escutar os jovens porque são mais inteligentes. Na semana passada eu li numa revista um artigo no qual jovens executivos davam receitas simples e práticas para qualquer um ficar rico. E eu aprendi muita coisa. Aprendi por exemplo, que se eu tivesse simplesmente deixado de tomar um cafezinho por dia, durante os últimos 40 anos, eu teria economizado R$ 30.000,00. Se eu tivesse deixado de comer uma pizza por mês teria economizado R$ 12.000,00 e assim por diante. Impressionado peguei um papel e comecei a fazer contas, e descobri para minha surpresa que hoje eu poderia estar milionário. Bastava eu não ter tomado os cafés que eu tomei, não ter feito muitas das viagens que fiz, não ter comprado algumas das roupas caras que eu comprei, e principalmente não ter desperdiçado meu dinheiro, em itens supérfluos e descartáveis. Ao concluir os cálculos percebi que hoje eu poderia ter quase R$ 500.000,00 na conta bancária. É claro que eu não tenho este dinheiro. Mas se tivesse sabe o que este dinheiro me permitiria fazer? Viajar, comprar roupas caras, me esbaldar com itens supérfluos e descartáveis, comer todas as pizzas que eu quisesse e tomar cafezinhos à vontade. Por isso acho que me sinto feliz em ser pobre. Gastei meu dinheiro com prazer e por prazer, porque hoje com 61 anos não tenho mais o mesmo pique de jovem, nem a mesma saúde, portanto viajar, comer pizzas e cafés não fazem bem na minha idade, e roupas hoje não vão melhorar muito o meu visual! E recomendo aos jovens e brilhantes executivos, que façam a mesma coisa que eu fiz. Caso contrário eles chegarão aos 61 anos com um
monte de dinheiro, mas sem ter vivido a vida". No mínimo, para pensar... "Não eduque o seu filho para ser rico, eduque-o para ser feliz. Assim, ele saberá o valor das coisas, não o seu preço" ‘A vida é muito curta, apenas por isso curta ela e seus amigos. ’

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Curiosidade: Evangelho mais caro do mundo é vendido por 20 milhões de reais !

Cópia manuscrita de João atinge valor recorde em venda!

O “Evangelho de São Cuthbert” é o livro europeu mais antigo que se conhece. Trata-se de uma cópia manuscrita, em latim, do Evangelho de João, escrita no final do século VII. Ele foi enterrado em Lindisfarne, perto do ano 698, juntamente com o corpo de São Cuthbert, um dos santos mais populares da Inglaterra no período anglo-saxônico.
A história registra que em 875, quando os vikings invadiram Lindisfarne, o caixão e o seu conteúdo foram levados por um grupo de monges que fugiam da região. Depois de sete anos de peregrinação, os monges enterraram o santo no lugar que mais tarde seria a catedral de Durham.
Essa cópia do livro foi descoberta em 1104, quando o caixão de São Cuthbert foi reaberto e colocado na capela atrás do altar da catedral. Quando os mosteiros foram extintos pelo rei Henrique VIII que rompeu com o papa no século XVI, o evangelho passou pelas mãos de uma série de colecionadores privados.

Em 1979, foi emprestado à British Library pela Província Britânica da Companhia de Jesus (jesuítas). Até que em 2011, a obra foi colocada à venda. A British Library tinha a preferência de compra e pagou mais de 20,5 milhões de reais.
O livro mede 10cm por 14cm. Em nota, a British comunicou que a “belíssima capa original, em couro vermelho trabalhado, está em excelente estado de conservação”, e salientou tratar-se do “único manuscrito de elevado estatuto datado desse período fundamental da história britânica a ter resistido ao tempo em sua aparência original, tanto exterior como interior”.
Depois de arrecadar os fundos necessários entre investidores, como forma de retribuição à comunidade, a biblioteca disponibiliza uma versão digitalizada do manuscrito no seu site, acompanhada de várias informações úteis sobre o livro. Confira em britishlibrary.typepad.co.uk.
Traduzido e adaptado de Seattlepi


Fonte: http://noticias.gospelprime.com.br/evangelho-mais-caro-do-mundo-e-vendido-por-20-milhoes-de-reais/#ixzz1sSPqDGvk

sábado, 14 de abril de 2012

"Cinco Linguagens do Amor" Livro Maravilhoso!!


As cinco linguagens do Amor- Aut. Gary Chapman 23/02/12
Sobre o autor:
Gary Chapman Desde a década 1970, o dr. Gary Chapman vem investindo no estudo de como potencializar o mais nobre dos sentimentos em relacionamentos afetivos.
Autor do celebrado best-seller As cinco linguagens do amor, traduzido para 32 idiomas, Chapman bate na seguinte tecla: "o amor não depende exclusivamente das emoções. Amor é o que você faz e diz, não apenas o que você sente".
Há décadas o dr. Chapman viaja pelo mundo desafiando casais a buscar saúde emocional para seus casamentos. Seu primeiro livro Toward a growing marriage [Rumo a um casamento maduro], de 1979, foi baseado em um curso que ele ministrou a casais com os quais trabalhava em sessões de aconselhamento.
O livro virou um grande sucesso e projetou Chapman como conselheiro familiar. Desde 1979, "Doutor Casamento" já escreveu mais de 30 livros, todos sobre relacionamento afetivo, o que faz de Chapman um dos maiores autores mundiais no gênero.
Prova da atualidade e perenidade dos conceitos criados por ele foi a publicação do livro As cinco linguagens do amor. Lançado em 1992, ainda hoje aparece na lista dos mais vendidos do jornal The New York Times.
Gary começa o livro com a metáfora" Um tanque vazio" dizendo: Logo que ouvi a metáfora que cito a seguir, gostei muito dela: "Dentro de cada criança há um 'tanque emocional' esperando para ser cheio com o amor".
Se a criança se sentir amada, desenvolver-se-á normalmente; porém, se seu "tanque de amor" estiver vazio, ela apresentará muitas dificuldades.
Diversos problemas de comportamento de uma criança provêm do fato de seu "tanque de amor estar vazio". A maioria dos pais também sofre de um tanque do amor vazio, e muitas dificuldades enfrentadas por pessoas casadas vêm de um tanque de amor vazio.
Por que será que os casais não falam a mesma língua? Contrariando a idéia de que o amor tem uma linguagem universal, o dr. Gary Chapman demonstra que as pessoas expressam e recebem manifestações de amor de diferentes maneiras, que ele denomina linguagens do amor. Após anos de experiência como conselheiro de casais e palestrante em seminários, Chapman identificou cinco delas:
Palavras de afirmação
Tempo de qualidade
Receber Presentes
Formas de Serviço
Toque físico
As cinco linguagens do amor mostram por que só nos sentiremos realmente amados e compreendidos quando a pessoa amada nos expressar seu amor através de nossa linguagem única.
Aprendida na infância, ela sensibiliza e alcança, de maneira poderosa e plena, nosso jeito especial de nos sentir amados. Você já descobriu sua linguagem do amor? E a linguagem da pessoa a quem você ama? Então, descubra-as nas páginas deste maravilhoso livro.
CONHECENDO AS CINCO LINGUAGENS DE AMOR
Após trinta anos aconselhando casais e famílias, o antropólogo e autor do livro ficou convencido de que existem cinco linguagens básicas pelas quais o amor é expresso e compreendido.
Cada ser humano nasce com uma forma de identificar, dar e receber amor. A isso chamaremos "linguagem" e às diferentes formas de expressá-la de "dialetos".
Tentar expressar amor em sua própria linguagem à alguém que possui outra é o mesmo que fazer uma declaração em hebraico pra alguém que só fala alemão!
O primeiro passo é identificar qual a sua linguagem, e em seguida qual a do seu cônjuge.Com isso será possível tanto expressar amor de forma que a pessoa se sinta amada como também levar seu cônjuge à percepção de qual é a linguagem que faz com que você receba de forma efetiva sua expressão de amor.
As cinco linguagens são:
Palavras de Afirmação: são sentenças expressas em: elogios como "a janta estava ótima", afirmações, (ex:acho que você faz isso muito bem), e incentivos como "vai dar tudo certo"; eu acredito em você!
Tempo de qualidade: a dedicação de um tempo exclusivo, ainda que pequeno. As expressões ou dialetos podem ser: conversas de qualidade, passeios, assistirem tv juntos, etc;
Receber Presentes: o que menos importa é o valor financeiro. Pode ser: colher uma flor, comprar uma pizza, dar uma jóia.
Formas de Servir: aqui o que você faz fala mais alto do que qualquer palavra. Dialetos: lavar a louça, consertar a fechadura, levar o lixo pra fora, etc;
Toque Físico: o importante é saber quando, como e onde tocar a pessoa.Ex: beijos, abraços, carinho, por a mão no ombro, andar de mãos dadas, fazer amor, etc; Todos têm uma linguagem principal, e ainda que você diga "eu te amo" nas outras quatro linguagens seu cônjuge continuará sentindo apenas sua indiferença.
O importante é usar a linguagem correta constantemente e se aperfeiçoar em conhecer dia a dia todas as formas, ou, dialetos pelos quais sua expressão é entendida da forma mais efetiva. Experimente: o amor é incrível e os resultados ainda mais!...

Para saber mais leia: "As cinco Linguagens do Amor" de Gary Chapman

terça-feira, 27 de março de 2012

Vale a Pena VIVER!!!

Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um não. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Augusto Cury

domingo, 5 de fevereiro de 2012

JUNTO DA CRUZ, MAS LONGE DE CRISTO!


Houve um jogo de dados aos pés da cruz, você lembra?

Imagine esta cena. Os soldados estão reunidos em círculo, com os olhos voltados para baixo. O criminoso acima deles foi esquecido. Eles jogam dados para ver quem ganha algumas roupas usadas.

A túnica, o manto, as sandálias, tudo vai ser sorteado. Cada soldado arrisca sua sorte no chão duro, esperando aumentar o seu guarda-roupa às custas de um carpinteiro que está morrendo na cruz.

Fico me perguntando como essa cena deve ter parecido aos olhos de Jesus. Ao olhar para baixo, para além de seus pés sangrentos, vendo o círculo de jogadores, o que Ele pensou? Que emoções sentiu? Deve ter ficado surpreso.

Ali estavam alguns soldados comuns testemunhando o evento mais incomum do mundo, e nem sequer sabiam disso. No que se refere a eles, é apenas outra manhã de sexta-feira e Ele não passa de outro criminoso. 

- “Vamos depressa, é a minha vez!”
- “Está bem, está bem – esta jogada é pelas sandálias.”

Jogando dados para ganhar as coisas de Cristo. Cabeças e olhos baixos. A cruz esquecida.

O simbolismo é surpreendente. Você está percebendo?

Ele me faz pensar em nós. Os que reivindicam a herança da cruz. Estou pensando em todos nós. Cada cristão na terra. Os cheios de si. Os permissivos. Os estritos. Os simples. A igreja superior, a inferior. A “cheia do Espírito”. Os milenaristas. Os evangélicos, os católicos, os políticos, os místicos. Os cínicos.

Roupas cerimoniais. Colarinhos. Ternos de três peças. Nascidos de novo.

Estou pensando em nós. Estou pensando que não somos muito diferentes daqueles soldados (sinto em dizer isso).

Nós também jogamos aos pés da cruz. Competimos para obter membros. Brigamos para conseguir posição. Oferecemos juízos e condenações. Competição. Egoísmo. Ganho pessoal. Tudo está ali. Não gostamos do que o outro faz e pegamos então a sandália que nos coube, saindo de mau humor.

Tão perto da madeira, mas tão longe do Sangue.

Estamos tão próximos do acontecimento mais extraordinário do mundo, mas agimos como jogadores comuns reunidos em grupos que se provocam e brigam por causa de opiniões tolas.

Quantas horas de pregação foram gastas falando de coisas triviais? Quantas igrejas caíram em agonia por causa de detalhes? Quantos líderes selaram suas irritações favoritas, empunharam suas espadas de amargura e se lançaram na batalha contra irmãos sobre questões que não valem nem a pena discutir?

Tão perto da cruz, mas tão longe de Cristo.

Nos especializamos em campanhas tipo “eu estou certo”. Escrevemos livros sobre o que o outro faz de errado. Tiramos diploma nos mexericos e nos tornamos peritos em desvendar as fraquezas dos outros. Nos dividimos em pequenos grupos e então, Deus não permita, nos dividimos novamente.

Outro nome. Outra doutrina. Outro “erro”. Outra denominação. O número de nossas divisões é tão grande que não podemos ser catalogados.

Outro jogo de dados. O Senhor deve ficar surpreso.

Nossas diferenças dividem tanto? Nossas opiniões são tão obstrutivas? Nossas paredes tão largas? É assim impossível encontrar uma causa comum?

“Que todos sejam um”, Jesus orou.

Um, Ele disse. Não em grupos de dois mil. Mas um em Um. Uma igreja. Uma fé. Um Senhor.

Não Batista, Metodista, Católico ou Adventista. Nem Quadrangular, da Universal, ou da Mundial. Mas apenas cristãos. 

Nenhuma denominação, ou hierarquia, ou tradições. Apenas Cristo!

Idealista demais? Impossível de alcançar? Não acho. Coisas mais difíceis foram feitas, e você sabe. Por exemplo, uma vez numa árvore, um Criador deu a sua vida pela sua criação. Talvez tudo o que precisamos sejam alguns corações dispostos a seguir esse exemplo.

E você? Pode construir uma ponte. Lançar uma corda? Atravessar um abismo? Orar pela unidade? 

Você pode ser o soldado que presta atenção, fica de pé e lembra o resto de nós, “Olhem, esse é Deus na cruz!”

A semelhança entre o jogo dos soldados e o nosso dá medo. O que Jesus pensou? O que Ele pensa hoje?

O jogo de dados continua, bem aos pés da Cruz.

Quem pregou esse sermão para mim foi um homem chamado Max Lucado. Adaptei de suas palavras para os dias de hoje.

Pr. Sérgio Müller

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

C. H. Spurgeon - Um caráter Forjado!


"Eu preferiria descender de alguém que sofreu pela fé a trazer o sangue de todos os imperadores em minhas veias." Spurgeon estava se referindo ao fato de que, apesar de haver uma linhagem de valentes escandinavos em seu sangue, o principal fator da sua herança era que alguns dos antigos Spurgeon estavam entre os protestantes do século dezessete que fugiram das perseguições movidas pelos católicos romanos para encontrar refúgio na Inglaterra.

Um seu ancestral, Job Spurgeon, "teve que sofrer no bolso e em sua pessoa pelo testemunho de uma boa consciência". Job, com outros três homens, foi aprisionado por comparecer a uma reunião não conformista - uma reunião de pessoas que se recusavam a conformar-se às doutrinas e práticas da Igreja da Inglaterra. Eles sofreram no cárcere durante um inverno que foi "notável pelos extremos a que o frio chegou"; os três dormiam sobre palha. Job Spurgeon ficou tão fraco que não podia deitar-se, e ficava o tempo todo na posição ereta.

Charles declarou: "Lanço meu olhar para o passado, através de quatro gerações, e vejo que aprouve a Deus ouvir as orações do pai do meu avô, que costumava suplicar a Deus que seus filhos vivessem diante dEle até a última geração; e foi do agrado de Deus levar um após outro a amá-1o e a temer o Seu nome".

A experiência pregressa da qual Charles Spurgeon veio era, pois, de tal natureza que, resistir por princípio, custasse o que custasse, era proeminente.

Ele nasceu no dia 19 de junho de 1834 na cidade de Kelvedon, no condado de Essex. Mas, na idade de catorze anos, foi levado para a casa dos seus avós paternos, na remota vila de Stambourne, e ali passou os cinco anos subseqüentes. Sua mãe só tinha dezenove anos de idade quando ele nasceu, e a chegada de outro bebê dentro do ano seguinte foi, prova velmente, o motivo da mudança.
Seu avô, o Reverendo James Spurgeon, era o ministro da Igreja Congregacional (Independente) de Stambourne, posição que vinha ocupando durante vinte e cinco anos. Graduado pelo Hoxton College, de Londres, tinha profundo conhecimento das Escrituras e dos escritos dos puritanos. Sua voz era forte, mas excepcionalmente agradável e largamente expressiva, e sua pregação era zelosa e vigorosa. Em seu trabalho no púlpito e em suas conversas privadas, freqüentemente se insinuava uma nota de humor. Para uma igreja de aldeia, sua congregação era numerosa, e a declaração feita por um seu ouvinte, "Eu poderia subir com asas como de águias depois de ser alimentado com tão celestial alimento", era sem dúvida o que muitos sentiam quando o sermão terminava. Ele era amado por seu rebanho e também pelos que pertenciam à Igreja da Inglaterra em Stambourne, e ele não sentia o menor desejo de se mudar para uma localidade maior.

A avó. Sara, era uma digna companheira do seu marido. O lar deles era alegre e livre de contendas. A única declaração sobre Sara que chegou até nós é que "Ela era uma alma querida, bondosa e amável".
A filha mais nova de James e de Sara, Ana, de dezoito anos de idade, ainda morava com seus pais. Foi-lhe prazeroso ter em casa o pequeno Charles, e ele se tornou objeto do seu especial amor e carinho. Ela o atendia em suas necessidades de bebê, ajudou-o quando ele começou a aprender a andar e a falar e, visto que era brincalhona, divertia-se muito com o seu jovem encargo à medida que ele crescia. Ela era também uma cristã zelosa, e procurava promover o bem-estar espiritual do menino, por sua vida devota e por seu exemplo diário.
A casa em que Spurgeon morava era uma grande residência paroquial, originariamente construída como mansão para a nobreza. Tinha quase duzentos anos de existência, e, embora as suas paredes fora de prumo e os assoalhos inclinados revelas sem sua idade, ainda era uma casa confortável.

A porta da frente dava para uma ampla sala, tendo na parede uma enorme lareira encimada por um grande quadro de Davi e Golias. Havia ali também um cavalo de brinquedo, de balanço - "O único cavalo", dizia Charles quando adulto, "que eu gostei de montar". Uma escada em caracol levava aos quartos, no andar de cima. O menino tinha um quarto agradável, com uma velha cama de pés altos e cortina de chita presa nos quatro pés. Ele podia deitar-se e ouvir os pássaros nos beirais.

Havia um jardim bem conservado no fundo e ao lado da casa. O jardim tinha abundantes flores e frutas, e era guarnecido por um caminho gramado e sombreado, e ali o avô de Charles muitas vezes ia meditar quando se preparava para as lides do dia do Senhor. Nos últimos tempos, Charles demonstrou que gostava muito de jardins, e fazia muito uso de ilustrações tiradas da vida vegetal.

Contígua à casa erguia-se a capela. No verdadeiro estilo puritano, era inteiramente destituída de ornamentos, mas tinha um alto compartimento para o púlpito, sobre o qual pendia uma pesada caixa de som.5 Isso fazia o jovem Charles lembrar-se, quando estava sentado na igreja, do seu boneco de molas, e ele ficava imaginando a caixa de som soltando-se e caindo na cabeça do seu avô.

A capela tinha ainda uma característica singular - duas grandes portas exteriores numa parede ao lado do púlpito. Se chegasse uma carruagem com uma pessoa enferma, aquelas portas podiam ser abertas e a carruagem - retirados os cavalos - podia ser empurrada através delas, permitindo assim ao inválido um lugar confortável para ouvir (a pregação). Hoje existem serviços de auditório externo e de cadeiras de rodas, mas na capela de Stambourne havia uma combinação dos dois serviços há um século e meio.

O pequeno Charles teve o privilégio de passar muito tempo com seu avô. James Spurgeon era uma pessoa inteira mente despretensiosa, e, apesar de estar com quase sessenta anos de idade, havia muito de jovem nele. Pode ter sido por essa razão que ele se apegou tanto ao menino, ou pode ser que ele já reconhecesse as suas qualidades incomuns e quisesse orientá-las. Mesmo quando os paroquianos pediam a seu pastor que os aconselhasse e orasse com eles em seus problemas, muitas vezes ele mantinha o rapazelho a seu lado, e quando se reunia com um grupo de ministros para discutirem questões teológicas, o menino ficava ali, ouvindo atentamente e fazendo o melhor que podia para entender, Dessa forma, a introdução de Charles na consideração das questões teológicas começou muito cedo.

A vida no lar de Spurgeon foi edificada ao redor das Escrituras. Ele não somente lia a Bíblia, mas também cria com inquestionável certeza em sua inerrância. As orações eram feitas com a plena percepção de que Deus as ouvia e respondia de acordo com a Sua soberana vontade. Os padrões da Bíblia eram aceitos alegremente, e a desonestidade, ou a malícia ou qualquer coisa do gênero eram inteiramente desconhecidos. Vivia-se com seriedade, mas a vida também era assinalada por bom humor e felicidade, e "a piedade com contenta mento (que) é grande ganho", caracterizava tanto o trabalho como o lazer para os Spurgeon, velhos e jovens.

Charles ainda era criança quando tomou ciência dos livros.

Um dos quartos da casa paroquial levava a uma saleta escura - escura porque a janela tinha sido rebocada por causa do vil "imposto sobre as janelas", mas nessa saleta havia uma biblioteca puritana, e provavelmente Charles não tinha mais de três anos de idade quando começou a levar livros para a claridade e a observar as ilustrações. Somos informados de que, "Quando ainda era uma simples criança, antes de seus lábios terem proferido uma só palavra articulada, ele ficava sentado pacientemente durante horas, divertindo-se com um livro de figuras.

Foi durante aqueles primeiríssimos tempos que ele topou com as ilustrações do livro de Bunyan, Pilgrim's Progress (O Peregrino). "Quando eu vi nele, pela primeira vez, a gravura do cristão carregando o fardo nas costas, interessei-me tanto pelo pobre sujeito que achei que devia pular de alegria quando, depois de o ter carregado por tanto tempo, finalmente ficou livre dele".7 Também ficou familiarizado com outros personagens de Bunyan - o Flexível, o Fiel e o Tagarela, por exemplo - e aprendeu as suas principais características.

Ele aproveitou muita coisa do livro de Foxe, Book of Martyrs (O Livro dos Mártires). Ele se sentava e ficava contemplando as suas figuras, que representavam a queima de diversos protestantes durante o reinado da rainha Maria, a Sanguinária, e os sofrimentos que aqueles homens padece ram causaram duradoura impressão nele.

Mas Charles fez mais do que meramente olhar figuras. Ele era ainda muito novo quando aprendeu a ler. Sua tia Ana o ensinou em casa, diz ele, e acrescenta que também freqüentou "uma escola para muito jovens", dirigida pela "velha senhora Burleigh". Aliás, vemo-lo, quando tinha apenas cinco ou seis anos de idade, lendo privadamente e também em público, durante o culto doméstico. Alguém que se diz "contemporâneo" escreve: "Mesmo aos seis anos de idade, quando algumas crianças não vão além da capacidade de soletrar palavras de uma só sílaba, ele podia ler com pontuação e ênfase realmente maravilhosas numa criança tão jovem".

Durante aqueles primeiros tempos, Charles também aprendeu muito sobre a vida em geral. Em anos posteriores ele criou um personagem chamado "John Ploughman" (João, o Lavrador). Com essa pessoa imaginária ele narrou numerosos contos, cada um com uma aguda lição moral. “ João Lavrador," tinha como modelos tanto o seu avô como também Will Richardson, um fazendeiro que ele conheceu durante o tempo que viveu em Stambourne.

Quando ainda menino, Charles revelou forte coragem moral. Por exemplo, sabedor de que seu avô se afligira com a conduta de um dos membros da sua igreja que tinha começado a freqüentar uma taverna, ele marchou ousadamente até aquele local e o confrontou. O homem, Thomas Roads, disse sobre o evento:

Pensar em um homem idoso como eu ser chamado às falas... por um pedaço de gente como esse! Bem, ele simplesmente apontou o dedo para mim, e disse: "Que fazes aqui, Elias?, sentado junto com os ímpios; e o senhor, membro da igreja, e partindo o coração do seu pastor. Tenho vergonha do senhor! Eu não gostaria de partir o coração do meu pastor, disso estou seguro". E foi embora...

Eu sabia que ele tinha toda a razão, e que eu era culpado; então joguei fora meu cachimbo, não toquei na minha cerveja, mas corri para um canto isolado e me prostrei diante do Senhor, confessando o meu pecado e pedindo perdão.

A restauração de Thomas Roads foi comprovadamente real e duradoura, e ele veio a ser um zeloso cooperador na obra do Senhor. Com tão precoce idade, Charles manifestou o senso de justiça e a resistência contra o que considerava errado que o caracterizaram através de toda a sua vida posterior.

Depois de cinco anos em Stambourne, Charles foi levado de volta a seus pais. Ele tinha passado uma excelente meninice com os seus avós, e voltaria a visitá-los durante diversos verões próximos futuros.

Os pais de Charles, John e Eliza Spurgeon, agora se haviam mudado para Colchester, onde John foi empregado como secretário no escritório de uma empresa que comerciava carvão.

Também era pastor de uma igreja congregacional em Tollesbury, uma vila situada a umas nove milhas de distância, e ele fazia a viagem todos os domingos a cavalo e de carruagem. Os dois deveres o mantinham muito ocupado e lhe tomavam o tempo que ele gostaria de passar na companhia de sua mulher e de seus filhos. Ele era um bom pregador e tinha uma voz excepcionalmente forte, mas não tinha no púlpito o poder que seu pai tinha.

Havia agora outras três crianças em casa: um menino, James Archer Spurgeon (quase três anos mais novo que Charles) e duas irmãs mais novas ainda, Eliza e Emily.

Logo, logo Charles tornou-se o líder deles. Não só por ser o mais velho, mas também porque ele possuía fortes qualidades de liderança. Por exemplo, certa ocasião seu pai o viu liderar as outras crianças quando brincavam de igreja. Ele estava de pé em cima de um monte de feno, fingindo pregar, e os outros estavam sentados em feixes de feno em frente dele, ouvindo o seu sermão. Outra vez os dois irmãos, Charles e James Archer, estavam brincando com navios de brinquedo num regato. Charles tinha dado ao seu navio o nome de The Thunderer (O Tonitruante), título que tinha escolhido, disse ele, porque queria um que parecesse corajoso e vitorioso.

Naquele tempo não havia nenhum sistema de educação gratuita, e grande número de crianças permanecia analfabeta. As escolas funcionavam como atividade pessoal, e assim os pais pagavam para terem os seus filhos atendidos.

John Spurgeon queria que os seus meninos tivessem a melhor educação que ele pudesse pagar, e Charles foi colocado sob instrução assim que veio para Colchester. Foi numa escola pequena dirigida por uma tal Sra. Cook, e ele demonstrou que era um excelente estudante. Além disso, com o passar dos meses, ficou evidente que ele tinha muito mais desejo de aprender do que de jogar ou brincar, e seu pai declarou: ele fazia a viagem todos os domingos a cavalo e de carruagem. Os dois deveres o mantinham muito ocupado e lhe tomavam o tempo que ele gostaria de passar na companhia de sua mulher e de seus filhos. Ele era um bom pregador e tinha uma voz excepcionalmente forte, mas não tinha no púlpito o poder que seu pai tinha.

Havia agora outras três crianças em casa: um menino, James Archer Spurgeon (quase três anos mais novo que Charles) e duas irmãs mais novas ainda, Eliza e Emily.

Logo, logo Charles tornou-se o líder deles. Não só por ser o mais velho, mas também porque ele possuía fortes qualidades de liderança. Por exemplo, certa ocasião seu pai o viu liderar as outras crianças quando brincavam de igreja. Ele estava de pé em cima de um monte de feno, fingindo pregar, e os outros estavam sentados em feixes de feno em frente dele, ouvindo o seu sermão. Outra vez os dois irmãos, Charles e James Archer, estavam brincando com navios de brinquedo num regato. Charles tinha dado ao seu navio o nome de The Thunderer (O Tonitruante), título que tinha escolhido, disse ele, porque queria um que parecesse corajoso e vitorioso.

Naquele tempo não havia nenhum sistema de educação gratuita, e grande número de crianças permanecia analfabeta. As escolas funcionavam como atividade pessoal, e assim os pais pagavam para terem os seus filhos atendidos.

John Spurgeon queria que os seus meninos tivessem a melhor educação que ele pudesse pagar, e Charles foi colocado sob instrução assim que veio para Colchester. Foi numa escola pequena dirigida por uma tal Sra. Cook, e ele demonstrou que era um excelente estudante. Além disso, com o passar dos meses, ficou evidente que ele tinha muito mais desejo de aprender do que de jogar ou brincar, e seu pai declarou:

Charles era uma criança, um menino, saudável, com boa constituição, tinha disposição afetuosa e era muito estudioso. Estava sempre lendo livros - nunca mexendo no jardim ou alimentando pombas, como os outros meninos faziam. Eram sempre livros e livros. Se sua mãe queria dar uma vota com ele, saberia que ia encontrá-lo em meu gabinete, esparramado sobre um livro. Claro está que ele era inteligente, e inteligente em muitos ramos dos estudos. Ele aprendeu a desenhar muito bem.


Contudo, apesar do interesse dos pais pelo progresso acadêmico dos seus filhos, eles estavam muito mais preocupados com o seu bem-estar espiritual.

Visto que o pai estava sempre muito ocupado, a tarefa de criar a família caía em grande parte sobre a mãe. Ela era uma mulher excepcionalmente devota e graciosa, e seu filho James declarou: "Ela foi o ponto de partida de toda a grandeza e bondade que qualquer de nós, pela graça de Deus, acaso tem". Charles a rememora com profunda afeição e gratidão, e fala da leitura das Escrituras que ela fazia para as suas crianças e do seu empenho em que elas se preocupassem com suas almas. "Não me é possível dizer quanto devo às sérias palavras de minha boa mãe...", ele escreveu. "Lembro-me de uma ocasião em que ela orou assim: "Agora, Senhor, se meus filhos forem adiante em seus pecados, não será por ignorância que eles perecerão, e minha alma terá que dar pronto testemunho contra eles no dia do juízo, se eles não se apegarem a Cristo". Pensar em minha mãe dando pronto testemunho contra mim feriu minha consciência. ...Como posso esquecer-me de quando ela dobrava seus joelhos e, com seus braços em torno do meu pescoço, orava: "Oh, que meu filho viva em Tua presença!"

A. Dallimore