domingo, 30 de setembro de 2012

Servir: privilégio de poucos! Por: Ed René Kivitz

É natural ao coração humano a busca de conforto, status, poder e tudo quanto vem agregado a estas realidades.
Tiago, João e sua mãe foram até Jesus solicitar tais privilégios na consumação do reino de Deus. Jesus não disse nem que sim, nem que não, mas aproveitou para reforçar que o reino de Deus é reino de servos e, portanto, os servos são os verdadeiros governantes do mundo.
No reino de Deus, o privilégio e o ônus de governar não é das "pessoas importantes", mas dos servos, até porque, governar é servir.
No reino de Deus, a maneira de governar não é exercendo domínio sobre os governados, mas servindo os governados, até porque, governar é servir. Na lógica do reino de Deus, o oposto também é verdadeiro: servir é governar.

Para servir é necessário sair da zona de conforto, isto é, fazer o indesejado, dedicar tempo para tarefas pouco atraentes, assumir responsabilidades desprezadas pela maioria, fazer "o trabalho sujo", enfim fazer o que ninguém gosta de fazer. Para servir é necessário vencer o orgulho, isto é, se dispor a ser tratado como escravo, ter os direitos negligenciados, ser desprestigiado, sofrer injustiças, conviver com quase nenhum reconhecimento, enfim, não se deixar diminuir pela maneira como as pessoas tratam os que consideram em posição inferior. Para servir é necessário abrir mão dos próprios interesses, isto é, pensar no outro em primeiro lugar, ocupar-se mais em dar do que em receber, calar primeiro, perdoar sempre, sempre pedir perdão, enfim, fazer o possível para que os outros sejam beneficiados ainda que ás custas de prejuízos e danos pessoais.

Não é por menos que em qualquer sociedade humana existem mais clientes do que servos. Servir não é privilégio de muitos. Servir é para gente grande. Servir é para gente que conhece a si mesma, e está segura de sua identidade, a tal ponto que nada nem ninguém o diminui. Servir é para gente que conhece o coração das gentes, de tal maneira que nada nem ninguém causa decepção suficiente para que o serviço seja abandonado. Servir é para quem conhece o amor, de tal maneira que desconhece preço elevado demais para que possa continuar servindo. Servir é para quem conhece o fim a que se pode chegar servindo e amando, de tal maneira que não é motivado pelo reconhecimento, a gratidão ou a recompensa, mas pelo próprio privilégio de servir. Servir é para gente parecida com Jesus. Servir é para muito pouca gente.

A comunidade cristã - a Igreja, pode e deve ser vista, portanto, como uma escola de servos. Uma escola onde aprendemos que somos portadores do dna de Deus, dignidade que ninguém nos pode tirar. Uma escola onde aprendemos que, por mais desfigurado que esteja, todo ser humano carrega a imagem de Deus. Uma escola onde aprendemos a amar, e descobrimos que, se "não existe amor sem dor", jamais se ama em vão. Uma escola onde aprendemos que "mais bem aventurada coisa é dar do que receber".

Servir é mesmo privilégio de poucos. De minha parte, preferiria ser servido. Mas aí teria de abrir de mão do reino de Deus. Teria de abrir mão de desfrutar do melhor de mim mesmo. Teria de abrir mão de você. Definitivamente, me custaria muito caro. Nesse caso, continuo na escola.
© 2008 Ed René Kivitz

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A Heresia do Egocentrismo, Aut:John MacArthur

John MacArhtur, autor de mais de 150 livros e conferencista internacional, é pastor da Grace Comunity Church, em Sum Valley, Califórnia, desde 1969; é presidente do Master's College and Seminary e do ministério "Grace to You"; John e sua esposa Patrícia têm quatro filhos e quatorze netos.


"Não negligencieis a prática do bem e a mútua cooperação [koinonia]"


Hebreus 13.16

O egocentrismo não tem lugar na igreja. Nem devíamos dizer isso, mas, desde o alvorecer da era apostólica até hoje, o amor próprio em todas as suas formas tem prejudicado incessantemente a comunhão dos santos. Um exemplo clássico e antigo de egocentrismo fora de controle é visto no caso de Diótrefes. Ele é mencionado em 3 João 9-10, onde o apóstolo diz: "Escrevi alguma coisa à igreja; mas Diótrefes, que gosta de exercer a primazia entre eles, não nos dá acolhida. Por isso, se eu for aí, far-lhe-ei lembradas as obras que ele pratica, proferindo contra nós palavras maliciosas. E, não satisfeito com estas coisas, nem ele mesmo acolhe os irmãos, como impede os que querem recebê-los e os expulsa da igreja".
Diótrefes anelava ser o preeminente em sua congregação (talvez até mais do que isso). Portanto, ele via qualquer outra pessoa que tinha autoridade de ensino – incluindo o apóstolo amado – como uma ameaça ao seu poder. João havia escrito uma carta de instrução e encorajamento à igreja, mas, por causa do desejo de Diótrefes por glória pessoal, ele rejeitou o que o apóstolo tinha a dizer. Evidentemente, ele reteve da igreja a carta de João. Parece que ele manteve em segredo a própria existência da carta. Talvez ele a destruiu. Por isso, João escreveu sua terceira epístola inspirada para, em parte, falar a Gaio sobre a existência da carta anterior.
Na verdade, o egoísmo de Diótrefes o tornou culpado do mais pernicioso tipo de heresia: ele rejeitou ativamente e se opôs à doutrina apostólica. Por isso, João condenou Diótrefes em quatro atitudes: ele rejeitou o ensino apostólico; fez acusações injustas contra um apóstolo; foi inóspito para com os irmãos e excluiu aqueles que não concordavam com seu desafio a autoridade de João. Em todo sentido imaginável, Diótrefes era culpado da mais obscura heresia, e todos os seus erros eram frutos de egocentrismo.
Em nosso estado caído, estado de carnalidade, somos todos assediados por uma tendência para o egocentrismo. Isto não é uma ofensa insignificante, nem um pequeno defeito de caráter, nem uma ameaça irrelevante à saúde de nossa fé. Diótrefes ilustra a verdade de que o amor próprio é a mãe de todas as heresias. Todo falso ensino e toda rebelião contra a autoridade de Deus estão, em última análise, arraigados em um desejo carnal de ter a preeminência – de fato, um desejo de reivindicar para si mesmo aquela glória que pertence legitimamente a Cristo. Toda igreja herética que já vimos tem procurado suplantar a verdade e a autoridade de Deus com seu próprio ego pretensioso.
De fato, o egocentrismo é herético porque é a própria antítese de tudo que Jesus ensinou ou exemplificou. E produz sementes que dão origem a todas as outras heresias imagináveis.
Portanto, não há lugar para egocentrismo na igreja. Tudo no evangelho, tudo que igreja tem de ser e tudo que aprendemos do exemplo de Cristo golpeia a raiz do orgulho e do egocentrismo humano.
Koinonia
As descrições bíblicas de comunhão na igreja do Novo Testamento usam a palavra grega koinonia. O espírito gracioso que essa palavra descreve é o extremo oposto do egocentrismo. Traduzida diferentemente por "comunhão", "compartilhamento", "cooperação" e "contribuição", esta palavra é derivada de koinos, a palavra grega que significa "comum". Ela denota as ideias de compartilhamento, comunidade, participação conjunta, sacrifício em favor de outros e dar de si para o bem comum.
Koinonia era uma das quatro atividades essenciais que mantinha os primeiros cristãos juntos: "E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão [koinonia], no partir do pão e nas orações" (At 2.42). O âmago da "comunhão" na igreja do Novo Testamento era culto e sacrifício uns pelos outros, e não festividade ou funções sociais. A palavra em si mesma deixava isso claro nas culturas de fala grega. Ela foi usada em Romanos 15.26 para falar de "uma coleta em benefício dos pobres" (ver também 2 Co 9.3). Em 2 Coríntios 8.4, Paulo elogiou as igrejas da Macedônia por "participarem [koinonia] da assistência aos santos". Hebreus 13.16 diz: "Não negligencieis, igualmente, a prática do bem e a mútua cooperação [koinonia]". Claramente, o egocentrismo é hostil à noção bíblica de comunhão cristã.
Uns aos outros
Esse fato é ressaltado também pelos muitos "uns aos outros" que lemos no Novo Testamento. Somos ordenados: a amar "uns aos outros" (Jo 13.34-35; 15.12, 17); a não julgar "uns aos outros" e ter o propósito de não por tropeço ou escândalo ao irmão (Rm 14.13); a seguir "as coisas da paz e também as da edificação de uns para com os outros" (Rm 14.19); a ter "o mesmo sentir de uns para com os outros" e acolher "uns aos outros, como também Cristo nos acolheu para a glória de Deus" (Rm 15.5, 7). Somos instruídos a levar "as cargas uns dos outros" (Gl 6.2); a sermos benignos uns para com os outros, "perdoando... uns aos outros" (Ef 4.32); e a sujeitar-nos "uns aos outros no temor de Cristo" (Ef 5.21). Em resumo, "Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo" (Fp 2.3).
No Novo Testamento, há muitos mandamentos semelhantes que governam nossos relacionamentos mútuos na igreja. Todos eles exigem altruísmo, sacrifício e serviço aos outros. Combinados, eles excluem definitivamente toda expressão de egocentrismo na comunhão de crentes.
Cristo como cabeça de seu corpo, a igreja
No entanto, isso não é tudo. O apóstolo Paulo comparou a igreja com um corpo que tem muitas partes, mas uma só cabeça: Cristo. Logo depois de afirmar, enfaticamente, a deidade, a eternidade e a proeminência absoluta de Cristo, Paulo escreveu: "Ele é a cabeça do corpo, da igreja" (Cl 1.18). Deus "pôs todas as coisas debaixo dos pés, e para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo" (Cl 1.22-23). Cristãos individuais são como partes do corpo, existem não para si mesmos, mas para o bem de todo o corpo: "Todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor" (Ef 4.16).
Além disso, cada parte é dependente de todas as outras, e todas estão sujeitas à Cabeça. Somente a Cabeça é preeminente, e, além disso, "se um membro sofre, todos sofrem com ele; e, se um deles é honrado, com ele todos se regozijam" (1 Co 12.26).
Até aquelas partes do corpo aparentemente insignificantes são importantes (vv. 12-20). "Deus dispôs os membros, colocando cada um deles no corpo, como lhe aprouve. Se todos, porém, fossem um só membro, onde estaria o corpo?" (vv. 18-19).
Qualquer evidência de egoísmo é uma traição de não somente o resto do corpo, mas também da Cabeça. Essa figura torna o altruísmo humilde em virtude elevada na igreja – e exclui completamente qualquer tipo de egocentrismo.
Escravos de Cristo
A linguagem de escravo do Novo Testamento enfatiza, igualmente, esta verdade. Os cristãos não são apenas membros de um corpo, sujeitos uns aos outros e chamados à comunhão de sacrifício. Somos também escravos de Cristo, comprados com seu sangue, propriedade dele e, por isso, sujeitos ao seu senhorio.
Escrevi um livro inteiro sobre este assunto. Há uma tendência, eu receio, de tentarmos abrandar a terminologia que a Escritura usa porque – sejamos honestos – a figura de escravo é ofensiva. Ela não era menos inquietante na época do Novo Testamento. Ninguém queria ser escravo, e a instituição da escravidão romana era notoriamente abusiva.
No entanto, em todo o Novo Testamento, o relacionamento do crente com Cristo é retratado como uma relação de senhor e escravo. Isso envolve total submissão ao senhorio dele, é claro. Também exclui toda sugestão de orgulho, egoísmo, independência ou egocentrismo. Está é simplesmente mais uma razão por que nenhum tipo de egocentrismo tem lugar na vida da igreja.
O próprio senhor Jesus ensinou claramente este princípio. Seu convite a possíveis discípulos foi uma chamada à total autorrenúncia: "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me" (Lc 9.23).
Os doze não foram rápidos para aprender essa lição, e a interação deles uns com os outros foi apimentada com disputas a respeito de quem era o maior, quem poderia ocupar os principais assentos no reino e expressões semelhantes de disputas egocêntricas. Por isso, na noite de sua traição, Jesus tomou uma toalha e uma bacia e lavou os pés dos discípulos. Sua admoestação para eles, na ocasião, é um poderoso argumento contra qualquer sussurro de egocentrismo no coração de qualquer discípulo: "Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também" (Jo 13.14-15).
Foi um argumento do maior para o menor. Se o eterno Senhor da glória se mostrou disposto a tomar uma toalha e lavar os pés sujos de seus discípulos, então, aqueles que se chamam discípulos de Cristo não devem, de maneira alguma, buscar preeminência para si mesmos. Cristo é nosso modelo, e não Diótrefes.
Não posso terminar sem ressaltar que este princípio tem uma aplicação específica para aqueles que estão em posições de liderança na igreja. É um lembrete especialmente vital nesta era de líderes religiosos que são superestrelas e pastores jovens que agem como estrelas de rock. Se Deus chamou você para ser um presbítero ou mestre na igreja, ele o chamou não para sua própria celebridade ou engrandecimento. Deus o chamou a fazer isso para a glória dele mesmo. Nossa comissão é pregar não "a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor e a nós mesmos como vossos servos [escravos], por amor de Jesus" (2 Co 4.5).

Traduzido por: Francisco Wellington Ferreira
Editor: Tiago Santos
Copyright © John MacArthur & Tabletalk
Copyright © Editora FIEL 2012.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Diferenças entre o casal podem ser resolvidas com diálogo e confiança mútua!

Todo e qualquer relacionamento amoroso passa por problemas. Contudo, a capacidade de lidar com cada um deles varia de casal para casal. Para evitar maiores desgastes, é necessário analisar e driblar essas adversidades que aparecem pelo caminho.
O diálogo deve ser mantido dentro de um relacionamento, principalmente quando uma das partes detecta um sinal de alerta, ou seja, um problema.
De acordo com o psicólogo Silmar Coelho, quem não dá importância a esses sinais e não corrige o que precisa certamente terá conflitos maiores.

“Problemas aumentam de tamanho quando não confrontados. Eles são como um tanque de roupa suja, se não lavar hoje, amanhã tem mais”, afirma.
Entretanto, o casal deve saber que, diante de uma situação complicada, homens e mulheres agem de formas diferentes. Nem sempre é simples fazer com que o parceiro entenda o que o outro sente, e na hora da raiva, algumas pessoas perdem o controle, e consequentemente, a razão. Uma conversa sincera é importante, sem agredir ou culpar, mas sim explicando o que se sente.

“O que acontece, muitas vezes, é que homens e mulheres não enxergam o problema de forma semelhante. Um bom exemplo é falar sobre os sentimentos, uma vez que cada um manifesta de uma forma diferente”, aponta.
A exposição de sentimentos é dos motivos de discussões entre alguns casais, pelo fato de que, mais uma vez, homens e mulheres pensem de maneira diferente. O psicólogo explica que “o homem acha que provendo as necessidades da mulher está dizendo que a ama. Mas para a mulher essas coisas não bastam, pois ela precisa ouvir o tempo todo que é amada, já o homem não”.

O relacionamento deve ser construído com verdade. Contar o que acontece aumenta a confiança. Mas em alguns casos, as pessoas falam mais do que o necessário, o que pode trazer problemas para a vida do casal. Um bom exemplo são informações que não vão agregar em nada a vida do outro, mas que em contrapartida podem provocar ciúme e briga. Por isso deve haver um bom senso antes de dizer algumas coisas desnecessárias. Silmar diz que falar ou deixar de falar deve ser analisado dentro da situação e da personalidade do parceiro.
O fato é que problemas todos os casais têm, mas vale o esforço e a tentativa para superá-los e fazer a relação ser melhor a cada dia. Silmar finaliza dizendo que “uma relação saudável é construída todos os dias, com pequenos gestos e atitudes de respeito e amor”.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Desigrejados e decepcionados com a igreja!

Minha mãe me ensinou desde criança uma lição: “Nunca crie expectativas altas demais, porque se o resultado for mediano, você vai se decepcionar. Já se sua expectativa for baixa e o resultado for mediano, você ficará feliz”. A lição de minha mãe nada mais é do que um mecanismo para evitar a decepção. O desapontamento. A frustração. E o maior deles seria não esperar demais de nada nem de ninguém. Eu acreditei nisso por muitos anos. Mas hoje vejo que ela estava errada. E já explico o porquê.
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Quando uma pessoa passa a frequentar uma igreja, ela cria uma expectativa. Todos nós, que não nascemos em berço evangélico, passamos por isso e sabemos disso. Esperamos que na igreja a pessoa seja diferente. Vemos no pastor a figura do representante de Deus. E esperamos do irmão e dos líderes nada menos do que o melhor. Um comportamento exemplar. Amor transbordante. Só que o tempo passa e a gente descobre que membros e líderes de igreja são seres humanos absolutamente normais: erram, pecam, desiludem, às vezes até maltratam.
Como nosso nível de expectativa era altíssimo, a decepção com palavras ou atitudes dentro da igreja provoca uma frustração colossal. Não suportamos que um irmão ou um pastor errem como nós erramos. Ficamos magoados. Feridos. Machucados. E, atendendo ao instinto de defesa do animal humano ante o predador, fugimos.
Ao fugir, uns se desviam e apostatam da fé. Outros mantém vivo o amor por Jesus e caem na ilusão de que se viverem sua fé numa comunidade alternativa não terão essas decepções, tadinhos. Tornam-se o que passou a se chamar de “desigrejados”. Esses decepcionados creem que fugindo do templo conseguirão fugir da decepção com as pessoas. Só que paredes, tijolo e argamassa não carregam em si o potencial de decepcionar: pessoas carregam. Por isso, o desigrejado dá um tiro no próprio pé, por se iludir com a falsa promessa de uma segurança fora dos templos institucionais. Mas o tempo vai passar e ele vai descobrir que a decepção e a frustração acompanharão quem convive com gente.
Pois esse é o âmago da questão. Desigrejar-se e ficar pela internet escrevendo para pessoas de outras cidades: “Amigaaaaa! Eu te amooooooo!” é mole. Pois você está convivendo com um avatar, mesmo que fale vez por outra por MSN, telefone, Skype. É como um namoro, em que nos primeiros meses cada um só vai mostrar o melhor de si. O mesmo ocorre nas “comunidades” dos desigrejados (ou “adenominacionais”, como alguns fazem muita questão de dizer). Mas conheça fundo cada pessoa, cada irmão desigrejado que faz parte da sua “comunidade de fé” virtual ou real. Você vai descobrir que ele tem o exato mesmo potencial de decepcionar e frustrar que um ser humano que frequenta uma igreja institucional. Por uma simples razão: carrega em si a semente inexorável do pecado.
É por isso que tantos desigrejados têm retornado às igrejas tradicionais: descobriram que fora dos templos pessoas continuam sendo pessoas. Que se decepcionaram do mesmo jeito. Que a frustração é igualzinha. E é por isso que afirmo que a moda dos desigrejados vai passar. Pois pode levar algum tempo, mas eles também serão feridos fora dos templos – e isso já está acontecendo, e muito. Hoje eles não enxergam. Mas espere uma ou duas décadas e você verá o balanço do pêndulo levá-lo para o outro lado.
Minha mãe estava errada. Conversando com uma psicóloga sobre a ideia de manter baixo o nível de expectativas para não sentir a dor da decepção, ela me disse: “Zágari, a questão não é criar baixas expectativas para não se frustrar. O segredo está em aprender a conviver com a decepção, com a frustração. Pois elas são inevitáveis”. Ouvir isso literalmente mudou minha vida em igreja. Porque, a partir daí, aprendi que serei ferido. E passei a pensar em como reagir a isso. Fugir? Não, não é essa a solução.
O caminho é compreender que o ser humano, dentro ou fora de um templo institucional, erra. Decepciona. Frustra. Magoa. Machuca. E lidar com essa verdade. Hoje eu sei que serei em algum momento traspassado por palavras e atitudes de irmãos ou pastores da igreja. Pois são cristãos, mas também são humanos que pecam. Sabendo disso, não agirei como uma menininha chorona, fazendo mimimi ante uma decepção: agirei como Jesus, estendendo graça e compreendendo a falibilidade humana. Compreendendo que Igreja é corpo. E quando o pé dói e faz todo o corpo sofrer, a mão não tem culpa, mas ela não vai se extrair do corpo para se livrar do pé que a faz sofrer. A mão irá cuidar, tratar, tolerar o pé.
E é isso o que temos de fazer: se alguém na igreja institucional te decepciona, magoa, fere, se desigrejar não resolverá absolutamente nada. Pois vocé largou o pé doente para lá, não tratou dele e ainda foi embora, deixando o corpo maneta. E vai se juntar a um corpo “alternativo”, a uma “comunidade”, a um grupo “adenominacional” onde haverá outros pés doentes que te farão sofrer, mais dia, menos dia. Ou seja, troca-se seis por meia-dúzia.
De imediato, se desigrejar parece ser a solução celestial para quem se decepciona dentro da igreja organizada. Em médio e longo prazos, tal pessoa descobrirá que isso não resolve nada. É apenas o mesmo com um verniz diferente. E os que se desigrejaram para não se frustrar (por achar que agora estão numa comunidade onde já se espera que se peque e ninguém cobra nada de ninguém – e por isso o nível de expectativa é baixo), viverão a frustração em dobro. Pois chegará o dia em que, em seu desigrejamento, serão decepcionados, magoados, feridos. Pois se chamar “adenominacional” não fará ninguém ser menos pecador ou decepcionante.
Não busque lugares para viver a fé onde sua expectativa seja baixa. Aprenda a viver com a frustração. Pois ela é inevitável. Pessoas ferem. Desigrejados são pessoas. Meu irmão em Cristo desigrejado, vou te contar um segredo: você se frustrará na comunidade em que vive a fé. É um questão de tempo. Quando (e não “se”) isso acontecer, espero que você já tenha entendido que se decepcionar com o irmão faz parte da jornada cristã.
A questão não é ser ferido ou não. A questão é: o que fazer quando isso acontecer. Fugir? Espernear? Criar dissenssões? Ou ficar e colaborar? Suportar os outros em amor? Cuidar e discipular quem decepciona? Ajudar o pé a sarar e caminhar bem? Mas isso dá trabalho, né? O mais fácil é pegar nossa trouxinha e nos mudarmos para outro modelo de vida cristã, nos enganando que ali não nos decepcionaremos só porque não tem um templo ou um pastor.

Aprenda, querido irmão, querida irmã: onde houver gente você se decepcionará. O modelo é só a casca. Para não se frustrar com o ser humano, a única alternativa é fugir do convívio e se trancar num mosteiro ou numa caverna. Mas cuidado. Lembre-se que, ao fazer isso, você estará carregando junto consigo… você mesmo. E você tem um gigantesco potencial de decepcionar a si mesmo, de frustrar a si mesmo, de magoar a si mesmo, de ferir a si mesmo. Imagine então o potencial que você tem de machucar o próximo. E cogite a possibilidade de que o problema não esteja no templo, nos pastores, nos irmãos, no modelo de igreja: esteja em seu próprio coração pecador. Sim, querido, querida: você pode ser o problema. E peço a Deus que você consiga conviver com a pessoa decepcionante, frustrante e magoadora que você é.
Paz a todos vocês que estão em Cristo.

Maurício Zágari

domingo, 23 de setembro de 2012

Estavam na Prisão, Mas, A prisão não estava neles!


Título: Paulo e Silas na prisão
Texto: Atos cap. 16: 16 ao 34

Tema: Estavam na prisão, mas a prisão não estava neles!

Introdução: Este episódio ocorreu na segunda viagem missionária do apóstolo Paulo, deu-se na cidade de Filipos (Macedônia).
Foi ali naquela cidade que Paulo e Silas pregaram a Lídia (Atos 16:15) e o Espírito Santo lhe abriu o coração para que cresse no evangelho, e assim em sua casa foi estabelecida a “primeira igreja” no continente Europeu.

Os passos que levaram os Apóstolos a prisão e a manifestação sobrenatural de Deus em defesa deles:

1- A libertação da jovem com espírito de adivinhação, V.18
2- A perseguição aos Apóstolos V.19
3- Uma falsa acusação V.20, 21
4- Um aprisionamento Brutal V.23, 24

5- A confiança inabalável dos Apóstolos V.25

6- A prisão abalada V.26

7- O carcereiro Abalado V.27

8- A grande pergunta V.28, 29,30

9- Uma resposta clara V. 31

10- Uma conversão real V. 33,34

Existem várias maneiras de Deus falar com pessoas...

Com o povo de Israel no pé do monte Sinai, Deus se manifestou com alarido de trombetas e grande sonido,

Com o profeta Elias na caverna falou através de uma voz mansa e delicada.

Com Lídia a vendedora de púrpura, o Espírito Santo mansamente lhe abriu o coração para que cresse no evangelho.

E para falar com esse carcereiro da cidade de Filipos, precisou um grande terremoto que abalou os alicerceis da prisão.

Na verdade o prisioneiro ali era ele (o carcereiro)

Era prisioneiro do medo! “queria se matar”

Era prisioneiro do pecado! “perguntou sobre como fazer para ser salvo”

Reconheceu que aqueles homens é que eram verdadeiramente “livres”, pois apesar de estarem numa prisão física, suas almas eram livres para adorar a Deus em meio à dor e sofrimento.

Eram livres para orar

Eram livres para cantar

Eram livres para amar

Eram livres para perdoar

Conclusão: Com suas vidas dedicadas ao Senhor, mostraram para aquele carcereiro que eles “estavam na prisão, mas a prisão não estava neles”.

E todo homem ou mulher de Deus que é livre de alma e espírito, nenhuma prisão da terra poderá dete-los.

Se pois, o Filho vos libertar, “verdadeiramente, sereis livres” João 8:36.


Sermão preparado por Missionária: Sara Pavesi Veiga, e apresentado na conclusão do curso de Oratória.
Tinha 5 min. para anunciar o que iria falar, falar o que anunciou e fazer a conclusão do assunto.